Atraso nos pagamentos e não cumprimento do combinado fez a polícia descobrir que uma menina de apenas 12 anos foi vendida para o vizinho, pelo próprio pai, pelo valor de R$ 9 mil. O "acordo" foi firmado, há seis meses, entre F.L.S., 53 anos, pai da menor, e seu vizinho Pedro dos Santos Jesus, da mesma idade, mas só ontem foi descoberto, após os dois homens serem denunciados por outros vizinhos. O pai da garota foi preso em flagrante por vender a criança e Pedro, por estupro. Os dois estão recolhidos na cadeia da Delegacia de Rio Branco do Sul.

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O superintendente Manoel Mendes, da DP local, informou que F.L.S. e Pedro residem no Jardim Itaú, em Itaperuçu. Há seis meses, o aposentado F.L.S. estava passando por dificuldades financeiras e em uma conversa com o vizinho recebeu a proposta de vender sua filha. Os dois combinaram que o pagamento seria parcelado. Desde então, a garota começou a morar simultaneamente, na casa do pai e do "marido", com quem mantinha relações sexuais.

Tudo transcorria normalmente, enquanto Pedro estava pagando as contas da família, mas há poucos dias deixou de cumprir o "combinado". Isto motivou revolta em F.L.S., que começou a ameaçar não deixar a garota manter relações sexuais com Pedro.

A briga dos vizinhos, se tornou pública. Moradores da região, que já desconfiavam do relacionamento de Pedro com a criança, descobriram a estranha negociação e avisaram a Polícia. Por volta das 14h30 de ontem, policiais da delegacia local foram até a moradia e prenderam os dois homens.

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Mendes contou que Pedro confirma que manteve relações sexuais com a menor. "Ele se diz apaixonado", contou o superintendente. Pedro ainda alegou à polícia que não deu dinheiro para F.L.S., somente pagou algumas contas da família, totalizando R$ 2 mil. Ele disse que as brigas começaram porque F.L.S. queria mais dinheiro. "O Pedro justificou que mantinha a família para ter em troca a menina", comentou Mendes.

O superintendente explicou que, se condenado, F.L.S. poderá ser apenado de 1 a 4 anos de reclusão, de acordo com o artigo 238 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Já Pedro, o vizinho que abusou da criança, foi autuado por estupro presumido, já que a vítima tem menos de 14 anos. A pena prevista para o crime do Código Penal é de 6 a 10 anos de reclusão.

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Caso parecido no interior

Em Guarapuava, a mãe entregou a filha, de 11 anos, para ser amásia de um homem, de 22. E com contrato assinado. O caso foi descoberto por policiais militares que localizaram a criança em uma casa do bairro Alto da XV, naquele município, às 12h40 de terça-feira. Aos policiais, a menina contou que teria perdido a virgindade a cerca de 30 dias.

A surpresa foi quando os PMs foram conversar com a mãe da criança e descobriram que havia um contrato assinado pela mulher, com o padrasto como testemunha, e firmado e elaborado por um advogado da cidade.

O "amásio", a mãe, e o padrasto foram levados à delegacia local.

O advogado que preparou a transação foi chamado e também ficou detido, segundo a PM.