Velório vira protesto contra Polícia Militar

Familiares e vizinhos de José Vanderlei Alves Veloski, o ?Vande?, 26 anos, baleado por policiais militares na manhã de quinta-feira, no Uberaba, revoltaram-se com a versão apresentada pela polícia sobre o ocorrido. Segundo a família, José trabalhava como vendedor de espetinhos, não era traficante e teria sido executado. Os moradores admitiram ter apedrejado a viatura policial, mas alegaram que o fizeram após Vanderlei ter sido baleado, como protesto.

Na manhã de ontem, durante o velório de Vanderlei, na Rua Tenente Coronel Benjamim Lajes, parentes e moradores do local denunciaram a ação policial. ?Todos aqui estamos revoltados. Ele não era marginal e não estava armado?, reclamou a mulher de ?Vande?, Mariza Ferreira. De acordo com Mariza, ela plantava cebola com o marido quando chegou uma viatura da polícia. ?Eles foram atrás de duas pessoas, que passaram correndo. Na confusão, Vanderlei também correu e eles o perseguiram?, disse. Mariza explicou que o marido saiu correndo de medo e não porque era bandido.

Vizinhos também reclamaram da truculência policial e alegaram que, com freqüência, os moradores da região são agredidos pelos PMs.

Tráfico

Apesar da alegação de Mariza de que Vanderlei não tinha passagem pela polícia, o tenente-coronel Luis Alberto Borba, comandante do 20.º Batalhão da Polícia Militar, informou que ?Vande? já havia sido detido por furto, em 2001, e tráfico de drogas, em 2005. Além disso, a polícia recebeu quatro denúncias anônimas informando que a casa dele seria um ponto de tráfico e que ele utilizava o carrinho de espetinhos para vender as drogas.

Independente do histórico criminal de Vanderlei, o comandante afirmou que já determinou a abertura de inquérito policial militar para investigar se houve excesso dos policiais na maneira de conduzir a abordagem.

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