Mais de 800 alunos da Escola Municipal Heráclito Fontoura Sobral Pinto, no Sitio Cercado, não puderam estudar na manhã desta segunda-feira (26) por causa da ação de vândalos. A escola foi invadida na madrugada e estava completamente suja quando os professores chegaram no começo da manhã.
“Até achamos que daria para manter as aulas e colocamos os alunos para dentro das salas de aula, que estavam limpas. Mas quando começamos a limpar, o pó químico dos extintores, que foram esvaziados, começou a se espalhar e tivemos que dispensar todas as crianças por segurança”, disse a diretora Leni.
Os vândalos, que entraram quebrando os vidros dos fundos da escola, invadiram o local por pura maldade. Eles esvaziaram os extintores, arrebentaram os sensores de alarme e aproveitaram para fazer a maior bagunça em tudo que conseguiram.
Logo no começo da manhã, apesar do estrago, as professoras achavam que poderiam manter as aulas e para não prejudicar os alunos, mas o pó químico dos extintores começou a subir e teve gente que passou mal.
Socorristas do Siate e do Samu atenderam a sete funcionários e uma aluna, de 9 anos, que inalaram o pó. Três pessoas, entre elas a aluna, foram encaminhadas ao hospital por garantia.
Já no meio da manhã desta segunda, os seis vidros quebrados foram trocados e as funcionárias trabalhavam na limpeza do local. Por conta do vandalismo, as aulas da parte da tarde também foram suspensas e os 887 alunos só devem voltar a estudar nesta terça-feira (27).
Triste realidade
Essa não foi a primeira vez que a escola foi invadida. Em outras situações, até objetos foram roubados do local. De acordo com a diretora, essa é uma constante que funcionários precisam conviver, pois não há muito o que se fazer.
O medo toma conta de uma forma que os funcionários pensam no que dizer, para evitar represália por parte dos vândalos e bandidos, que podem voltar. Para os pais e familiares das crianças que ficaram sem estudar, ficou o lamento.
“A gente fica sentido, porque percebe que nem as escolas estão livres desse tipo de coisa. E não adianta dizer que a culpa é da policia, porque não é, infelizmente”, disse Sebastião Gonsalo dos Santos, de 68, avô de uma aluna. “Pode encher de policial na escola, que não vai adiantar. A culpa é da lei que é muito frouxa, os policiais fazem o que podem”, lamentou o idoso.