Um assassinato cruel, cometido há pouco tempo, será lembrado hoje na sessão do Tribunal do Júri. Jair dos Santos da Silva, 27 anos, é acusado de ter matado e decapitado Rodrigo Bonassina Correia em 12 de outubro do ano passado. O corpo de Rodrigo foi encontrado às margens da represa do Passaúna, em uma chácara pesque-pague perto das Moradias Augusta. A cabeça da vítima nunca foi achada.
Jair, que está preso, nega a autoria do crime. No entanto, os indícios que levaram à prisão dele – efetuada no dia seguinte ao encontro do cadáver – são muitos. Várias testemunhas presenciaram uma discussão ocorrida entre o acusado e a vítima, poucas horas antes do crime, em uma pizzaria localizada na Rua Eduardo Sprada, Campo Comprido, não muito longe do pesque-pague. Rodrigo estava bêbado e teria perturbado Jair, que se divertia no videokê da pizzaria com amigos. Rodrigo ainda foi visto, na mesma madrugada, dormindo em um ponto de ônibus da Eduardo Sprada.
Outra evidência é o fato de que o pai de Jair era caseiro da chácara onde o corpo foi encontrado. As investigações policiais apuraram que somente pessoas conhecidas poderiam passar pelo portão da chácara.
Sangue
Também foi apurado que Jair, naquela noite, usava um carro alugado. O veículo foi visto entrando na chácara. No mesmo dia, o acusado deixou o carro em um lava-car no Bigorrilho. O dono e o funcionário do lava-car declararam que havia manchas de sangue no carro. Eles inclusive comentaram que achavam que Jair tinha matado um porco e transportado no carro, devido ao mau cheiro.
O acusado negou tudo nos inquéritos. Disse que por ter trabalhado como policial civil, estaria sofrendo represálias por parte de desafetos. “Armaram para mim”, declarou. Jair, na verdade, não era policial. Ele tinha atuado irregularmente como superintendente da delegacia de Itaperuçu e esteve, envolvido na morte de um preso, que seria peça-chave em inquérito contra um quadrilheiro da região. Por conta desse fato, Jair foi afastado da delegacia, indo trabalhar como motorista, profissão que declarou ao ser detido. Ele aguarda o julgamento preso no Ahu.
A acusação contra o réu é de homicídio qualificado e ocultação de cadáver. Ele será defendido pelo advogado Osni de Jesus Taborda Ribas, que manterá a tese de negativa de autoria. A acusação está a cargo da promotora Lúcia Inês Giacomitti Andrich e o júri será presidido pelo juiz Rogério Etzel.