Familiares de Valdir Castorino Bueno, 44 anos, chegaram à Delegacia de Homicídios (DH) supondo que ele tinha caído, batido a cabeça no chão e morrido de ataque cardíaco. Acabaram descobrindo que Valdir foi vítima de uma provável agressão, ocorrida na noite de sábado. O corpo dele foi encontrado na Rua Izolina Moleta Maurer, Vila Sandra II, no Campo Comprido, com ferimentos na cabeça. Usuário de drogas, ele era morador da vila e, segundo contou para a mãe, horas antes do crime, tinha sido ameaçado por um traficante da região.
Maria Bueno, mãe de Valdir, contou que ele ?era boa pessoa, mas quando estava sob influência de álcool e de entorpecentes, ninguém podia com ele?. Na tarde de sábado, chegou em casa e contou um episódio que lhe acontecera minutos antes. Disse que tinha ido até a favela da Vila Sandra comprar drogas. Pediu um baseado (cigarro de maconha) para o traficante, que conversava com um estranho e ele olhou feio, afirmando que não tinha nada daquilo, mandando Valdir embora.
Mais tarde, relatou Valdir à mãe, o traficante o procurou, questionando por que ele pediu o baseado na frente de uma pessoa estranha. Teria dito que a Vila Sandra estava sendo investigada por policiais à paisana, e desconfiava que o homem que tinha puxado conversa com ele fosse um policial. Mandou Valdir nunca mais pedir drogas na frente de estranhos, caso contrário, lhe daria um tiro na cabeça. Horas mais tarde, o usuário foi encontrado ferido na cabeça.
Maria não sabe dizer se a morte do filho tem a ver com a história que ele lhe contou horas antes. Ela deverá depor na delegacia esta semana. Uma moradora da Vila Sandra, que acompanhava Maria, aproveitou para revelar que o tráfico de drogas tomou conta da região. Nos fins de tarde, dezenas de usuários lotam as bocas-de-fumo em busca de entorpecentes. ?Deixar um filho sair à rua é não saber se ele voltará para casa vivo ou tomado pelas drogas?, salientou.