Os quatro tiros que acertaram o desempregado Eziel de Souza, 27 anos, no final da noite de quinta-feira, no Sítio Cercado, tiraram sua vida, já comprometida pelo vício das drogas.
Usuário de crack há cerca de um ano, ele foi morto no meio da Rua Jornalista José Pedro dos Santos – Pedrinho, próximo à Rua Jardim Alegre, na Vila Osternack.
Familiares culparam as drogas pelo descaminho de Eziel. Antes de começar a fumar crack, ele era auxiliar de pintura e trabalhou com o irmão, em uma empresa, com carteira assinada. Era casado, teve uma filha e freqüentou uma igreja. Porém, a vida aparentemente tranqüila do rapaz começou a desmoronar quando conheceu as esquinas e bocas-de-fumo da região.
?Ele perdeu tudo o que tinha. O vício atrapalha e a pessoa perde a responsabilidade, não consegue manter o emprego e levar uma vida social?, relatou um dos quatro irmãos da vítima, Eliel. Sem trabalho e condições de criar uma família, Eziel se separou e, ultimamente, morava com os pais, na Vila Osternack.
Decadência
Com o passar do tempo, sua condição se deteriorou, a necessidade de drogas aumentou e, para sustentar o vício, o rapaz pegava coisas de casa e dinheiro dos pais. Nem mesmo a ajuda da família o salvou. ?A gente indicava tratamento, dávamos apoio espiritual e emocional, mas não teve jeito?, contou o irmão.
Assim como outras histórias semelhantes, o final da vida de Eziel veio a tiros. Caído no meio da rua, cercado de curiosos, Eziel era mais um dos diversos usuários de drogas assassinados. Mais um caso a ser investigado pela Delegacia de Homicídios, que pouco sabe, além da suspeita de que se trata de uma morte ligada ao tráfico. Depois de ver o irmão estendido no chão, Eliel teve a certeza de que ninguém está imune às drogas. ?A gente ouve casos de outras famílias, mas nunca imagina que vai acontecer conosco. Infelizmente, o fim é esse mesmo?, concluiu.