A usuária de droga Priscila Malinoski Fagundes, 19 anos, foi encontrada morta por volta de 10h de ontem num matagal na Vila Verde, Cidade Industrial de Curitiba. O crime aconteceu na Rua Lúcio Marcos da Silva, a poucos metros da casa onde Priscila morava com a irmã e o pai.
Pelos sinais de sangue no chão, o 2.º tenente Marcos Vinícius, do 13.º Batalhão da Polícia Militar, acredita que a jovem foi golpeada a pedradas na cabeça, que ficou esfacelada, e arrastada pelo assassino até o local onde foi encontrada.
Como Priscila estava vestindo apenas calcinha e camiseta, a polícia não descarta que ela tenha sido violentada sexualmente, mas apenas laudo do Instituto Médico-Legal (IML) vai confirmar o fato.
Emocionada por conta do trágico fim de sua irmã, Ana Maria Gonçalves Fagundes, 23, contou que já esperava que o pior fosse acontecer. Priscila começou a usar droga quando tinha 15 anos e, desde então, se entregou ao crack. Passava os dias na companhia de outros usuários.
“Minha irmã se perdeu na vida. Não estudava nem trabalhava. Minha família é evangélica e gente tentava conversar com ela, mas a droga já tinha tomado conta”, disse.
Ana contou que a família já tentara internar Priscila por três vezes, mas a jovem costumava ficar apenas um dia na clínica. Ela disse que Priscila foi vista com vida por volta de 21h de domingo, quando foi encontrar a mãe na casa de sua outra irmã.
Na manhã de ontem, o marido de uma amiga de Ana encontrou o corpo da jovem e foi avisá-la. “Acredito que não foi traficante que fez isso, mas os maloqueiros que andavam com ela”, disse.
Por enquanto, a motivação e a autoria do crime são desconhecidos pela polícia. Mas, para o tenente Marcos Vinícius, certamente o crime foi testemunhado por várias pessoas. “O problema é que ninguém comenta nada com medo de represálias”, contou.
O tenente revelou que a Vila Verde é um local onde o tráfico de drogas é recorrente. “Muitas vezes o traficante manda quem está devendo menos para fazer o serviço e eliminar outro viciado que deve mais”, disse.