Universitários das regiões Sul e Sudeste são os que mais usam drogas ilícitas no País, aponta o Levantamento Nacional sobre Uso de Álcool, Tabaco e Outras Drogas entre Universitários, feito com 18 mil acadêmicos pela Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad). É o primeiro estudo do gênero no Brasil.
Em todo o País, quase metade dos universitários já usaram alguma substância ilícita e 80% dos estudantes menores de 18 anos já consumiram bebida alcoólica. O uso dessas substâncias é mais frequente entre os alunos de universidades privadas, da área de Humanas, do período noturno e por pessoas com idade acima dos 35 anos.
A resposta mais comum para o que os motivou a usar as drogas foi “simplesmente porque gostavam ou porque lhes possibilitava esquecer os problemas da vida”. No último ano, a cada dez acadêmicos, quatro deles usaram duas ou mais drogas.
O risco de desenvolver dependência do álcool é grande para 22% dos universitários brasileiros, enquanto 8% podem ficar viciados em maconha, probabilidade verificada mais entre os homens. Para as mulheres, o risco de ficar dependente é maior em relação ao uso de anfetamínicos e tranquilizantes.
O abuso de álcool é maior entre os jovens do que o índice verificado na população em geral: um quarto deles consumiram bebida alcoólica em excesso nos últimos 30 dias anteriores ao levantamento.
A Senad considera que, junto com o período de maior autonomia que os jovens adquirem quando entram na universidade, eles experimentam uma maior vulnerabilidade, o que os deixa mais suscetíveis ao uso das drogas.
Também foi comparado no estudo o comportamento dos jovens brasileiros com os norte-americanos e, segundo a Senad, a prevalência do uso de álcool, tabaco e drogas ilícitas é semelhante entre eles. No entanto, o uso de maconha é maior entre os universitários norte-americanos e o uso de inalantes é maior entre os universitários brasileiros.