Chuniti Kawamura/Arquivo
Advogados classificam acusações como espúrias e inverossímeis.

Através de representação criminal protocolada junto ao 9.º Distrito Policial (Santa Quitéria), de número 868, a Nova América Fomento Mercantil Ltda., com sede em Campinas (SP), acusa o reitor e dois diretores da Uniandrade (Associação de Ensino Antônio Luís), de crimes de estelionato e apropriação indébita. O golpe, segundo diretores da Nova América, foi aplicado no final de 2006, no valor de R$ 500 mil.

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A empresa, que adiantou a quantia à instituição de ensino (através de negociação de factoring convencional), tentou receber o dinheiro e não conseguiu. Depois de cobranças infrutíferas e muita confusão, decidiu procurar a polícia.

De acordo com Devanil José Magalhões, gerente de cobrança da Nova América, há muito tempo a universidade trabalhava com a empresa e já mantinha com ela uma relação ?de confiança?. Há dois anos, a Uniandrade fechou contrato no valor de R$ 500 mil, recebendo esta quantia em duas contas bancárias, sem ágio. Em troca a universidade cedeu o direito da empresa receber o pagamento das mensalidades que seriam efetuados pelos alunos.

A empresa paulista emitiu os boletos, enviando-os aos estudantes, e aguardou os pagamentos. No entanto, segundo a denúncia, a Uniandrade contratou o mesmo serviço de outra empresa, sendo gerados então, dois boletos para cada aluno. Quando a confusão se instalou – os estudantes não sabiam qual pagar – receberam orientação de efetuar o pagamento da outra empresa, que não a Nova América.

Golpe

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Descobrindo a trama, os representantes da Nova América entraram com ação cível, requerendo a imediata devolução da quantia. Por meio de negociações, a Uniandrade pediu prazo para o pagamento, prometendo a restituição. Passados meses, apenas uma parcela de R$ 60 mil foi devolvida. Quando um segundo pagamento – de mesmo valor – estava para ser feito, uma ação judicial do outro credor impediu a remessa do dinheiro.

Enquanto isso, os alunos, ora recebendo dois boletos, ora recebendo um, foram orientados em sala de aula a fazer o pagamento das mensalidades diretamente na tesouraria da universidade.

Delegacia

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Verificando que estavam sendo vítimas de dois crimes -estelionato e apropriação indébita – os representantes da Nova América procuraram a polícia. O inquérito, ainda no início, está intimando alunos que receberam os boletos em duplicada, para confirmar o calote, robustecendo a denúncia.

Segundo a polícia, em breve serão ouvidos os acusados: José Campos de Andrade Filho, administrador e presidente da universidade, a contabilista Mari Elen de Andrade, que é secretária da instituição, e o reitor José Campos de Andrade, que teria intermediado a negociação.

Instituição se defende

O setor jurídico da Uniandrade, através dos advogados Márcia dos Santos Barão e Eliandro Brostolin, tomando conhecimento da denúncia criminal pela reportagem do Paraná-Online, informaram que ainda não receberam qualquer intimação da polícia, ?portanto maiores comentários prejudicariam a defesa?.

Em nota enviada ao jornal, os defensores declararam que a acusação não procede, ?estando o procedimento em fase cognitória proeminial, sendo a acusação de crime precipitada, espúria e inverossímil?. O departamento jurídico da instituição ainda informou que serão tomadas todas as medidas cabíveis para a apuração dos fatos, com conseqüente pedido de reparação de danos pela denúncia caluniosa.

Por telefone, Brostolin informou que o caso estava sendo resolvido na esfera cível e que provavelmente a denúncia no âmbito policial não passa de uma tentativa de pressionar a instituição.

Recentemente a Uniandrade também se viu desmentida pela Ordem dos Advogados do Brasil seção Paraná -, quando em anúncios informou que foi a primeira colocada em aprovação de seus alunos no exame da OAB. Consultando os resultados, a Ordem informou que o índice de aprovação tinha sido baixo, colocando a Uniandrade em 35.º lugar. A Universidade aceitou o desmentido e informou que os responsáveis pelo anúncio tinham cometido um erro involuntário.