Mais uma vez a violência em Curitiba e região metropolitana bateu recordes negativos. Sai mês, entra mês e a impressão é de que nada muda no que se refere à segurança. Desde agosto, quando a Tribuna passou a contabilizar e divulgar os números da violência, a média de assassinatos permanece a mesma: 5,5 por dia.
Em novembro, não foi diferente: 167 pessoas perderam a vida para o crime. Em outras palavras ou números a cada quatro horas e 18 minutos, alguém foi assassinado na capital paranaense ou nos municípios vizinhos. É o pior índice registrado pelo nosso “Mapa da Violência”.
Um detalhe que chama a atenção é que, de todas as mortes de novembro, apenas uma foi causada pela polícia, num tiroteio em que a vítima fatal também era policial. Todos os outros crimes foram praticados por cidadãos comuns. Embora não tenha havido confronto entre policiais e bandidos, o número de homicídios aumentou consideravelmente.
Em 95% dos casos, esse tipo de crime ficou caracterizado. É o assassinato puro e simples, em que a intenção do criminoso é matar a vítima, seja a tiros, facadas, pedradas, pauladas ou qualquer outro meio. As autoridades relatam que, na maioria dos casos, o pano de fundo desses crimes é a droga.
A consequencia dessa realidade é a banalização do crime contra a vida e a falta de reflexão sobre os rumos da violência. Um exemplo disso é que nos últimos quatro meses, em apenas dois dias (9 de setembro e 30 de novembro) não houve morte por assassinato em Curitiba e região. Em todos os outros 120 dias, pelo menos uma pessoa perdeu a vida, seja em local de crime ou em hospital. Não se comemora mais quando um bandido é preso, mas sim quando passamos um dia sem nenhuma morte.