Um tiro pra cada bandido e algemas pra mais três

Uma quadrilha especializada em roubo a residências foi desmantelada com a morte de três bandidos, durante um assalto na manhã de ontem, no Jardim Aristocrata, em São José dos Pinhais. Três assaltantes foram baleados dentro da residência em confronto com policiais militares, e dois foram presos. O suspeito de ser o “olheiro” do grupo, foi detido quando acompanhava o trabalho da polícia.

A ação dos bandidos começou por volta de 7h, quando, usando extrema violência, assaltaram uma residência no Seminário, em Curitiba. Eles renderam a família, amordaçaram uma vítima e fugiram levando o Celta placa APQ-5449 carregado com roupas, calçados, computador e outros objetos roubados. Policiais militares do 12.º Batalhão foram chamados mas os bandidos não foram encontrados. Além do Celta, a polícia procurava pela Parati placa CXA-8859, do Guarujá (SP) que estava dando cobertura no crime.

Jardim

Com os carros carregados com os objetos das vítimas, eles seguiram para o que seria seu último assalto, na Rua Gonzáles Pecotche, em São José dos Pinhais. A polícia não acredita que eles tenham planejado o crime, só entraram na casa, porque conseguiram render a proprietária, que cortava a grama do jardim. A ação foi vista por um vizinho, que imediatamente chamou a polícia.

Os soldados Aguiar e Gonzáles, do 17.º Batalhão da Polícia Militar, estavam nas proximidades e, em poucos minutos, chegaram à casa. “Para não despertar a atenção dos marginais, pulamos a grade. Entrei pela porta ao lado da garagem e vi um deles, usando uma máscara e batendo em uma criança de 2 anos, que estava em cima da mesa, sob a mira de uma pistola. Na frente dele, sentadas no sofá, estavam três mulheres, para as quais ele exigia que dissessem onde estava o dinheiro e as joias”, descreveu Aguiar.

Precisão

Conforme contou deu voz de prisão e deu apenas um tiro, porque a criança poderia correr risco. A bala da pistola calibre 40 entrou no braço direito do bandido, atravessou o corpo, saiu pelo braço esquerdo e fez um buraco na parede. “Minha preocupação maior era com as vítimas. Quando ele caiu morto, pensei em protegê-las para que os outros assaltantes não atirassem”, afirmou o soldado.

Uma equipe da Guarda Municipal cercou a casa pelos fundos, para impedir que os assaltantes fugissem. Enquanto isso, policiais da Rondas Ostensivas Táticos Motorizadas (Rotam) invadiram a residência e subiram para o primeiro andar, onde quatro marginais estavam escondidos. Os policiais deram voz de prisão mas eles disseram que não iam se entregar e atiram. Houve o revide e mais dois foram mortos, cada um com apenas um tiro, entre eles Valmir Machado dos Santos, supostamente o líder do bando.

Presos

Valdemir Martins Santana, 33 e Tomas Taylor, 19, se entregaram e foram colocados no camburão. Com eles foram apreendidas uma pistola calibre 380, uma 765, e um revólver calibre 38, além de um colete balístico, o carro e todos os produtos roubados da casa do Seminário. Os dois bandidos mortos, além de Valmir, aguardam identificação no Instituto Médico-Legal.

Átila Alberti
Tomas e Valdemir foram levados pra delegacia.

“Olheiro” é flagrado na multidão

Átila Alberti
Armas de grosso calibre e colete balístico foram apreendidos.

<,p>Enquanto os corpos eram recolhidos pelo Instituto Médico-Legal e os policiais preenchiam o boletim de ocorrência, Alex Rodrigues, 27, passou perto de um dos rapazes presos e fez um sinal discreto. O movimento foi percebido por um policial do serviço reservado, que estava entre os curiosos, em frente à residência.

Alex foi detido. A última ligação de seu celular foi para o aparelho apreendido com um dos assaltantes mortos. Ele, junto com Tomás e Valdemir foram encaminhados para a delegacia de São José dos Pinhais, que deve investigar o bando, pois há informações de que outras pessoas participaram do crime.

Vida Bandida

Valmir, que foi morto em um dos quartos da residência, foi reconhecido pelo agente funerário, que ajudava a recolher os corpos. Segundo ele, em 2002, a sua funerária, na Avenida Voluntários da Pátria, no centro de São José dos Pinhais, foi invadida por homens armados comandados por Valmir. “Logo o reconheci. Jamais o esqueceria, pois naquele dia achei que ia morrer”, disse o agente, que preferiu não se identificar. No ano seguinte, Valmir foi preso durante assalto a um banco, em Fazenda Rio Grande, e segundo a polícia, estava em liberdade há pouco tempo.

População comemora

Átila Alberti
Produtos roubados no primeiro roubo voltaram aos donos.

A rua tranquila ficou movimentada e cheia de carros de polícia, da imprensa e, principalmente, de curiosos. Moradores do bairro ficaram na frente da casa, acompanhando o desfecho da confusão. Um homem, revoltado, partiu para cima de um dos bandidos que estava na viatura policial. “Deveria ter morrido também. Onde já se viu agredir uma criança de 2 anos”, gritou.

Quando os policiais militares deixavam o local, foram aplaudidos pelos populares. A dona de casa Doraci, disse que mora a algumas quadras de onde ocorreu o crime, mas como viu muita movimentação de viaturas policiais e veículos de imprensa foi conferir o que havia acontecido. “Só de saber que a polícia tirou todos estes bandidos das ruas já é motivo para aplaudir e comemorar. Principalmente porque nenhuma das vítimas saiu ferida.”

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