Triplo homicídio manchou de sangue um mocó na Rua Daisy Luci Berno, na madrugada de ontem, no Parolin. Alaércio Gomes do Carmo (o ?Laérço?), 33 anos, Mário Luís Correia, 28, e outro indivíduo ainda não identificado, aparentando 30 anos, foram executados a tiros por cinco homens, que invadiram a casa, armados de pistolas e dizendo-se policiais. Suspeita-se que o crime esteja ligado ao tráfico de drogas, já que o local era usado para venda e consumo de entorpecentes.
Os cinco matadores se aproximaram da casa pouco depois da meia-noite. Identificando-se como policiais, usando perucas e gorros pretos, estavam armados com pistolas calibres 380 e 635. O primeiro a ser baleado foi Mário, que estava na frente da casa. Ele levou seis tiros. Logo em seguida, Alaércio foi atingido por três disparos, na cabeça, nas costas e no peito, e caiu no meio da sala. A terceira vítima levou dois tiros nas costas e morreu atrás do sofá. Mesmo com a presença de moradores nas casas vizinhas, a polícia não recebeu informações sobre os matadores.
Foto: Alberto Melnechuky |
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Alaércio era o dono da moradia, onde seu pai já tinha sido morto. |
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Nóias
Na parede da ?sala? estava pichado ?Casa do Laérço -Nóias é aqui?, indicando possível ponto de encontro entre usuários de crack, também conhecidos por ?nóias?.
A Delegacia de Homicídios apurou que a moradia de Alaércio funcionava como boca-de-fumo, porém, policiais reclamavam da dificuldade de obter informações com testemunhas. ?O bairro é habitado por pessoas de bem, trabalhadoras, mas a minoria criminosa acaba prevalecendo?, observou o superintendente Dilso Morgerot. A polícia já recebeu sete denúncias de tráfico de drogas na casa. A última delas foi em janeiro deste ano.
Investigação
Ninguém confirmou se Alaércio era traficante ou apenas usuário de drogas.
A suspeita dos investigadores e dos policiais militares que atenderam a ocorrência é de que Alaércio era o alvo e os outros dois teriam morrido ?de graça?. Mário morava nas proximidades e, segundo denúncias anônimas, era usuário mas não devia para traficantes.
Família marcada
Chamou a atenção da polícia a quantidade de crimes ligados a Alaércio, dono da moradia. Na mesma casa, há um ano, seu pai, Aparício Gomes do Carmo, 82, foi assassinado. Dias antes, uma filha de Aparício, de 14 anos, que estava grávida, havia sido morta. Também um irmão de Alaércio foi executado há cerca de dois anos. ?Também vamos apurar se seus familiares mortos estavam envolvidos em outros crimes, o que pode apontar para uma vingança?, explicou Dilso.
