Edgar Crevelin, Jackson dos Santos Arruda e Maurício Caitano da Silva, tidos pela polícia como skinheads (grupo de orientação neonazista), foram julgados na última sexta- feira e absolvidos pelos jurados. Eles eram acusados de espancar e esfaquear o punk Ricardo Frederico Ogassawara Valença, no Centro de Curitiba, em 2008. A defesa atribuiu o crime aos adolescentes que estavam com eles na ocasião.
Por volta das 3h15 do dia 3 de fevereiro de 2008, os três skinheads, acompanhados de mais dois adolescentes, se depararam com Ricardo na Rua Presidente Faria. Por serem de grupos rivais – Maurício e Ricardo já tinham uma rixa antiga – os skinheads foram na direção dos punks com provocações verbais mútuas. A namorada de Ricardo na época e mais um casal de amigos que estava junto conseguiram correr. Ricardo foi alcançado, espancado e levou oito facadas.
Uma viatura do 12.º Batalhão da Polícia Militar estava parada num posto de combustíveis na esquina e os policiais, ao serem abordados pela namorada de Ricardo, chegaram rápido ao local e apreenderam os dois adolescentes em flagrante. Ricardo ficou duas semanas internado, com o pulmão perfurado e cortes na barriga, perna, olho e nádegas, mas sobreviveu.
Depois que o inquérito policial virou ação penal, os três réus confirmaram que estavam na companhia dos dois adolescentes. No entanto, afirmaram que não foram autores das agressões e do esfaqueamento, imputando aos adolescentes a culpa do crime. Um dos garotos confirmou que foi o autor das facadas, mas desmentiu os rapazes mais velhos, alegando que todos no grupo deram socos e chutes na vítima, fato confirmado pelo outro adolescente apreendido. Maurício e Jackson ainda alegaram em juízo que não são skinheads. Mas um dos policiais militares que atendeu a ocorrência afirmou que encontrou no celular de um dos adolescentes imagens de referência ao nazismo.
Na defesa de Edgar, Jackson e Maurício atuaram, respectivamente, os advogados Gianfranco Petruzziello, Antônio Pellizzetti e Luís Roberto Zagonel.