Trilhos de trem exigem atenção dos motoristas

Depois de um ano e oito meses de um grave acidente envolvendo um ônibus e um trem em uma passagem de nível em Pinhais, na Grande Curitiba – que ocasionou a morte de uma pessoa e deixou outras quatro feridas -, o cruzamento na Avenida João Leopoldo Jacomel com a linha férrea continua sendo um dos mais perigosos da região. Quem faz a consideração é a própria América Latina Logística (ALL), que tem a concessão de operação de trens no Paraná.

Mas os acidentes acontecem também em outros pontos de Curitiba e Região. Segundo dados do Batalhão de Polícia de Trânsito (BPTran), entre janeiro e novembro de 2010 foram registrados em Curitiba 11 acidentes envolvendo veículos, inclusive de tração humana (como bicicletas), e trens.

Em quatro deles houve vítimas com ferimentos. Em 2009, foram cinco acidentes, três deles com vítimas. Já a ALL registrou, no ano passado, 15 choques entre trens e outros veículos em toda a Região Metropolitana de Curitiba (RMC).

A maior quantidade de acidentes envolvendo trens acontece nos cruzamentos. Outro tipo de ocorrência é o atropelamento. Foram dez no ano passado, conforme dados citados pela Urbanização de Curitiba (Urbs), responsável pela gestão do trânsito da cidade.

Os atropelamentos normalmente ocorrem em regiões periféricas. Há casos de pessoas embriagadas que não temem o risco e outras que tentam pegar carona ou saquear a carga do trem e se desequilibram, de acordo com a ALL.

Curitiba tem 45 passagens de nível “oficiais” em relação a trilhos de trem e outras quatro clandestinas. Estas estão em áreas de invasão e foram abertas pelos próprios moradores dos locais.

De acordo com Battistella, por mais que haja a iniciativa de fechá-las, logo depois os moradores promovem a reabertura. Alguns casos de colisão aconteceram nestas passagens clandestinas.

Risco

É comum os motoristas se arriscarem em uma passagem de nível. Muitos apenas reduzem ao avistarem a linha do trem e outros passam direto, segundo Rosângela Battistella, diretora de trânsito da Urbs.

Para ela, a pressa dos condutores é o vilão da história. Ninguém quer esperar a locomotiva e os vagões passarem. “São acidentes que poderiam ser evitados”, comenta.

Até porque os cruzamentos são sinalizados e o Código Brasileiro de Trânsito estabelece que a linha férrea é sempre preferencial. O trem demora mais tempo para frear do que qualquer outro veículo. Cruzar os trilhos sem parar é uma infração gravíssima, que pune com sete pontos na carteira de habilitação e multa de R$ 186,39.

Para o tenente Silvio Cordeiro, chefe da comunicação social do BPTran, o desrespeito à lei de trânsito e o descaso dos motoristas são os grandes problemas.

“Independentemente de sinalização, o motorista tem o dever de parar antes, olhar e depois prosseguir. Alguns apenas esperam o apito do trem”, comenta. As panes de veículos que ficam parados em cima dos trilhos são exceções.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna