Vera no banco dos réus.

Está previsto para recomeçar hoje, às 9h, o julgamento de Vera Lúcia Bittencourt Crovador, 44 anos, acusada de ter mandado matar o marido, o advogado criminalista Luiz Renato Crovador, em 4 de novembro de 1999. O juiz Fernando Ferreira de Morais abriu sessão no Tribunal do Júri às 9h de ontem, com o plenário lotado, e os trabalhos se estenderam até o final da noite.

Primeiramente foram ouvidas as testemunhas de acusação. Entre eles, os dois filhos da acusada, que afirmaram ter ouvido a mãe confessar ter sido a mandante do crime a uma irmã dela, no dia do assassinato. Ao todo são seis as testemunhas da acusação e quatro as da defesa.

Deveriam atuar na acusação, além do promotor Celso Luís Peixoto Ribas, os advogados Antônio Henrique Amaral Rabello de Mello, Ilio Boschi e Jeferson Ribeiro. “Soube que um agente pressionou a família de Crovador, dizendo que o júri só se realizaria se eu saísse da acusação”, comentou Rabello, justificando sua saída. Dos três assistentes do promotor, apenas Jeferson Ribeiro participa dos trabalhos. Ele foi estagiário no escritório de Luiz Renato Crovador.

O advogado da defesa Osmann de Oliveira promete uma reviravolta no caso. Ele teria indícios de que Crovador estaria envolvido com remessas de dinheiro ilegal para o exterior, que girariam em torno de R$ 10 milhões. Esses negócios ilegais é que teriam provocado o assassinato do criminalista, de acordo com Oliveira.

O julgamento deveria ter ocorrido em 14 de abril, mas foi adiado a pedido do advogado de defesa. Vera esteve presa durante quase um ano, entre a data do crime e 27 de outubro de 2000. Ela deixou a Penitenciária Feminina de Piraquara depois que Oliveira obteve um alvará de soltura.

Caso

Luiz Renato Crovador tinha 53 anos quando foi executado dentro do seu escritório com um tiro na cabeça. Cinco pessoas supostamente envolvidas no caso foram presas. Edson Rodrigues Zucco, o “Paulista”, e Cleverson Firmino Miró, o “Polaco”, já foram julgados e condenados pelo crime.

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