TRF mantém Bertholdo preso

O desembargador federal Elcio Pinheiro de Castro, do Tribunal Regional Federal da 4.ª Região, em Porto Alegre, negou ontem o pedido de habeas corpus para o advogado e ex-conselheiro da Itaipu  Binacional, Roberto Bertholdo. Ontem também, a Justiça Federal em Curitiba começou a ouvir as testemunhas de acusação ligadas ao caso. Preso pela Polícia Federal (PF) no último dia 4, na capital, ele é acusado de escutas telefônicas ilegais, lavagem de dinheiro e tráfico de influência. Entre as várias pessoas ouvidas ontem estão o ex-deputado Tony Garcia e o ex-sócio de Bertholdo, o advogado Sérgio Renato Costa Filho.

Costa acusou, em fevereiro, Bertholdo de tê-lo torturado por causa de um suposto desvio de R$ 900 mil e de um possível "grampo" no escritório, que teria captado uma conversa comprometedora entre Bertholdo e Tony Garcia. Desde então, Costa está se escondendo em um país estrangeiro, com medo de represálias. O advogado veio depor em Curitiba e teve escolta de agentes da PF desde que desembarcou em São Paulo. A reportagem buscou contato com o advogado de Sérgio Costa, Rolf Koerner Júnior, mas não obteve resposta.

Bertholdo teve a prisão decretada em março por conta das acusações de agressão. Em junho, obteve um habeas corpus. Neste período ficou foragido da Justiça, protegido em carros blindados e sem ser incomodado em Brasília.

Escutas

A denúncia da Procuradoria da República revela que Bertholdo implantou escutas telefônicas para interceptar conversas do juiz da 2.ª Vara Federal de Curitiba, Sérgio Moro. O objetivo seria obter informações privilegiadas a respeito de processos envolvendo clientes do advogado. Moro também foi ouvido ontem, na 2.ª Vara, pelo juiz substituto Gueverson Rogério Farias.

O conteúdo dos testemunhos corre sob sigilo de Justiça desde a última sexta-feira, mas fontes dão conta de que as informações prestadas teriam corroborado para reforçar a acusação. Os dados agora serão confrontados com os materiais apreendidos pela PF no início do mês.

No próximo dia 15 de dezembro será a vez da Justiça ouvir as testemunhas de defesa. Então haverá um prazo para diligências e alegações finais, e decretada a sentença, que não tem data para ser definida. 

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