Três dias para a PIC denunciar policiais

Os três volumes do inquérito que aponta o envolvimento de policiais na rede de pedofilia associada a extorsões já está sobre as mesas da Promotoria de Investigação Criminal (PIC). Os promotores têm até a próxima sexta-feira para ler os documentos e oferecer as denúncias contra as 28 pessoas que foram indiciadas pela Corregedoria da Polícia Civil.

A Corregedoria entregou os autos na Vara de Inquéritos Policiais (VIP) na última sexta-feira. Depois de avaliá-los, o juiz responsável encaminhou os documentos à PIC, que, na segunda-feira, deu início às análises. Segundo o promotor de Justiça e coordenador da PIC, Paulo Kessler, ele e três promotores estão atuando no caso. O promotor ressaltou que não deve pedir novas investigações, uma vez que o trabalho feito pela Corregedoria não deixou dúvidas quanto ao envolvimento  nos crimes. "Nós temos cinco dias para nos inteirar dos fatos e oferecer as denúncias. Se justificarmos a necessidade, poderemos pedir mais prazo, mas acredito que, até sexta-feira, já estará tudo pronto", disse Kessler.

O promotor explicou, ainda, que depois do oferecimento das denúncias os documentos voltam à VIP e, de lá, são despachados ao cartório responsável pelo sorteio e distribuição, onde é decidido para qual das 11 varas criminais o processo será encaminhado. Somente o juiz responsável pela vara poderá manter o segredo de justiça, solicitado na fase das investigações. Caso não se manifeste perante o sigilo, os nomes dos envolvidos poderão finalmente chegar a conhecimento público.

Indiciados

Vinte oito pessoas, entre elas 25 policiais civis, já foram indiciadas pelos crimes de estupro, atentado violento ao pudor, formação de quadrilha, exploração sexual comercial infanto-juvenil, concussão (extorsão feita por funcionário público) e corrupção de menores. Os policiais indiciados trabalhavam no 4.º, 7.º e 12.º Distritos Policiais em Curitiba, respectivamente bairros São Lourenço, Vila Hauer e Santa Felicidade. Segundo a delegada Charis Negrão Tonhozi, chefe da Corregedoria da Polícia Civil, dos 28 envolvidos, 13 investigadores, três delegados, dois agentes administrativos e quatro escrivães permanecem presos. Dois acusados foram liberados pela Justiça, dois estão foragidos e duas pessoas ainda não foram presas.

As extorsões praticadas pelos policiais aconteciam na casa de Luciana Polerá Correia Cardoso, apontada como a aliciadora das meninas e que também está presa. Luciana arregimentava os pedófilos pela internet e aliciava as meninas, marcando os encontros amorosos, que aconteciam na casa dela na maioria das vezes. Quando estavam todos nus, ela avisava os policiais, que entravam no quarto, munidos de máquinas fotográficas, e davam o "flagrante". Para não ser preso o pedófilo pagava o que os policiais pediam.

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