Três bombas explodem na entrada do prédio do Incra

A explosão de três bombas caseiras, na entrada do prédio, assustou os funcionários da unidade do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), ontem, em Cascavel. O atentado aconteceu por volta das 6h, e nenhum funcionário estava no local. O incêndio foi notado pelo vigia, que chamou o Corpo de Bombeiros. O fogo foi contido antes que chegasse aos milhares de arquivos e documentos guardados no local. A Polícia Federal investiga as causas do incidente.

?Sem dúvida nenhuma trata-se de um incidente criminoso. O Incra é um órgão federal que atende o público em geral. Porém, em nossos serviços às vezes agradamos uns e desagradamos outros. Algum indivíduo, então, resolveu cometer um ato criminoso?, lamenta o chefe da unidade, Hélio Dalmagro.

As bombas explodiram na portaria do Incra. Por volta das 6h, um dos guardas, que estava do outro lado do prédio, viu uma fumaça e sentiu o cheiro de gasolina. Quando se aproximou, viu o incêndio e tentou apagá-lo com os extintores. Como não conseguiu, acionou o Corpo de Bombeiros. ?Aqui guardamos um acervo de documentos e registros de terras de todo oeste e noroeste do Paraná. Se o fogo chegasse a esse acervo, perderíamos toda a história agrária dessas regiões. Os danos que tivemos foram pequenos?, afirma Hélio.

É a primeira vez que a unidade local do Incra é alvo de atentado. Ontem não houve atendimento ao público, que deve ser normalizado apenas amanhã.

De acordo com o delegado da Polícia Federal de Cascavel, Geraldo Eustáquio, peritos de Foz do Iguaçu, inclusive os datiloscópicos (que verificam as impressões digitais), foram deslocados à sede do Incra em Cascavel para colher o material, para encontrar provas. A perícia terminou no início da tarde de ontem e os vestígios encontrados, entre eles três garrafas Peti, com o resto líquido, possivelmente gasolina, foram levados a Foz para análise. O laudo deve ficar pronto em uma semana. ?Vamos continuar a investigação, ouvir o vigilante e o gerente da unidade para verificar se houve algum tipo de ameaça?, diz o delegado.

Sem terra

Em Santo Antônio da Platina, no Norte Pioneiro, integrantes da Via Campesina continuam acampados na BR-153, em frente à Fazenda Santa Rita, do deputado federal Abelardo Lupion (PFL-PR). Segundo os representantes do movimento, eles permanecem no local com faixas de denúncias contra o deputado.

Em nota divulgada ontem pela Monsanto, a empresa rebateu as acusações de troca de benefícios. A empresa esclarece que a Fazenda Santa Rita, antes de propriedade da Sementes Agroceres S/A, cuja sucessora legal é a Monsanto, foi vendida em processo aberto, pelo melhor preço, alcançado pela Pecuária Seletiva Beka Ltda, da família Lupion. O compromisso de compra e venda foi firmado em outubro de 1999. Sobre a Medida Provisória 223/2004, para possibilitar o uso de glifosato pós-emergente na soja RR na safra 2004/2005, a empresa afirma que muitos parlamentares apresentaram emendas, e o deputado Lupion participou em conjunto, em apenas uma delas, que ?não foi adotada pelo relator da MP, portanto não foi contemplada no texto da lei?.

Em Guaravera, na região de Londrina, a Fazenda Três Jota, do deputado José Janene (PP-PR), permanece ocupada por integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). De acordo com o coordenador estadual do movimento, José Damasceno, nos próximos dias todos os barracos devem estar montados e os plantios já devem começar. As investigações sobre o material de campanha encontrado na fazenda ainda não foram concluídas.

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