Três bandidos mortos em tiroteio

Durante a perseguição, houve troca de tiros e perseguição. O confronto acabou com um saldo negativo para os assaltantes, com três mortos, dois feridos e um preso.

De acordo com o delegado Rubens Recalcatti, titular da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), os bandidos mortos foram identificados como "Tiozinho", "Vesgo", "Veinho", sendo os dois primeiros oriundos do Rio e o terceiro de São Paulo. Cinco revólveres, calibre 38, e radio comunicadores foram apreendidos com o grupo, além de documentos e cartões de crédito em nome de possíveis vítimas. Dois veículos Palio, utilizados no assalto, foram encaminhados ao pátio da polícia para serem periciados.

A ocorrência se deu por volta das 4h, quando os homens, vestidos com coletes e camisetas com as inscrições e distintivos da Polícia Federal, chegaram à empresa de turismo identificando-se como agentes federais. Os "falsos tiras" disseram aos empregados que queriam ter acesso ao cofre para verificar documentos do estabelecimento. O responsável pela empresa foi chamado e recebeu voz de assalto ao negar o pedido dos quadrilheiros disfarçados.

A polícia foi acionada por um dos funcionários da empresa, que se escondeu embaixo de um ônibus ao notar a ação dos marginais. Depois, fez contato com a PM, que enviou ao local uma viatura do Regimento da Polícia Montada, que estava nas proximidades.

Tiroteio

Ao chegar no local, os militares do Regimento da Polícia Montada foram recebidos a bala e houve o primeiro confronto. Alguns assaltantes entraram no Palio cinza, com placa de Curitiba, que havia sido tomado de assalto na noite de domingo, na Rua Amauri Lange Silvério, Pilarzinho. O Palio saiu em alta velocidade entrando na BR-476, sentido São Paulo, dando início a uma perseguição que envolveu policiais da Ronda Ostensiva de Natureza Especial (Rone), que vieram dar apoio.

Próximo do Centro Politécnico, da Universidade Federal, o condutor perdeu o controle do Palio e bateu contra um poste.

na tentativa de fuga, os marginais pularam o muro do Politécnico e entraram em um matagal. Foram seguidos por policiais da Rone e também do 13.º Batalhão. Foi quando ocorreu o segundo confronto e, desta vez, os marginais foram baleados. Três dos assaltantes, identificados posteriormente pelos apelidos de "Tiozinho", "Vesgo"e "Veinho", que morreram a caminho do Hospital Cajuru, não portavam documentos. Outros dois, Eduardo Souza de Paula e Eli Alves Bezerra, 45, estão internados no mesmo centro médico. Márcio Batista Ferreira, 29 anos, foi preso e apresentado na Delegacia de Furtos e Roubos (DFR).

Pelas fotografias mostradas pela polícia, todos os envolvidos na tentativa de assalto estavam vestidos com roupas da PF. O tenente Serpa, da Rone, informou que quatro dos integrantes eram oriundos do Rio de Janeiro, um de São Paulo e outro do Mato Grosso do Sul. O outro Palio apreendido também tem placa do Rio de Janeiro. Os corpos dos indivíduos foram encaminhados ao IML onde aguardam reconhecimento. Mais detalhes na P2.

Tem mais gente na quadrilha

Após o confronto, os policiais da DFR foram chamados para dar continuidade às investigações. Pela manhã, eles descobriram que outros integrantes da quadrilha estavam abrigados em uma casa no município de Almirante Tamandaré. A equipe vistoriou a residência que servia de esconderijo e encontrou o documento de um dos carros que estava com o bando durante o confronto com a polícia. Quando voltavam à delegacia, os investigadores foram seguidos pela ramificação da quadrilha que não participou do assalto na madrugada.

Os assaltantes ocupavam um Corsa vermelho e, quando trafegavam pela Rua Mateus Leme, perderam a direção e bateram o carro. Um dos marginais se feriu e foi levado ao Hospital Evangélico, onde está hospitalizado. Os outros ocupantes do veículo fugiram. "Essa quadrilha deve ser formada por pelo menos 10 homens", disse o delegado Rubens Recalcatti, lembrando que as investigações continuam a fim de identificar os demais membros do bando.

Outros assaltos

O delegado Rubens Recalcatti, da Delegacia de Furtos e Roubos (DFR), começa a investigar a possibilidade de os integrantes desse grupo terem praticado outros assaltos em Curitiba e Região Metropolitana nos últimos meses. "Vamos verificar todas as situações em que vítimas foram roubadas por homens que se identificaram como policiais federais. Esse grupo pode ser responsável por assaltos contra prédios, casas e empresas", avaliou o delegado. O tenente Serpa também informou que, na semana passada, uma empresa, localizada em Colombo, e um condomínio residencial, em Curitiba, foram roubados por homens que utilizaram o mesmo modo de operar.

Recalcatti admite a difícil tarefa das vítimas em impedir que homens que se identificam como policiais federais entrem em estabelecimentos comerciais ou residências. Porém, ele dá uma dica importante: "Depois das 18h e durante a madrugada não podem ser cumpridos mandados de busca e apreensão pela polícia. Se dentro desse horário, indivíduos se identificarem como policiais para tentar entrar (em propriedade alheia) não abra a porta. Pode ser golpe", alerta o delegado.

Investigação

A polícia trabalha com a hipótese de a quadrilha ser composta por outros integrantes, inclusive residentes em Curitiba. Essa idéia ganha força com o depoimento prestado pela vítima que teve o Palio roubado, no domingo. Segundo ele, três homens armados deram voz de assalto e o levaram como refém até Almirante Tamandaré, onde foi abandonado. Nenhum dos participantes desse assalto foi reconhecido pela vítima dentre os presos e mortos.

Márcio Batista Ferreira, o único preso que tinha condições de falar, contou que veio de São Paulo há uma semana e estava perambulando pelas ruas de Curitiba. Negou qualquer envolvimento com os crimes. Ele disse que já esteve preso por assalto a veículos e que saiu há aproximadamente um mês da cadeia. Ele estava recolhido no presídio de Marabá Paulista (SP).

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