A chuva na madrugada e na manhã de ontem pode ter contribuído para que, em menos de seis horas, três colisões envolvendo ônibus ocorressem, na capital e região metropolitana, deixando duas pessoas mortas e pelo menos seis feridas.
O caso mais grave foi registrado por volta das 6h15, em Campo Largo. Dois ônibus de transporte coletivo bateram de frente, em uma curva da Rua Mato Grosso, no bairro Ferraria.
Com o forte impacto, morreram Daniel João Ramos Portela, 30 anos, motorista do ônibus da linha São José – Santa Ângela, e Odair Fernandes, 40, cobrador do coletivo da linha Dona Fina. Outras três pessoas – funcionárias da empresa de ônibus – ficaram feridas. Na hora do acidente, os veículos não transportavam passageiros.
Tacógrafo
Pelo que foi apurado no local, o ônibus São José – Santa Ângela, que seguia sentido Campo Largo, teria invadido a pista contrária. O perito do Instituto de Criminalística informou que, segundo o tacógrafo, o coletivo estava a 50 quilômetros por hora.
Na batida, o motorista ficou preso às ferragens por quase duas horas e já estava sem vida quando foi retirado. A cobradora Rosilda Garret ficou ferida. O ônibus Dona Fina era dirigido por Otoniel Salvador Palmeira, que também ficou encarcerado nas ferragens.
Ele sofreu fratura no braço e uma lesão na perna. Neste coletivo, havia dois cobradores. Odair Fernandes, que estaria de carona, morreu, e o outro também sofreu ferimentos. Os três feridos foram internados no Hospital Nossa Senhora do Rocio.
Bêbados provocam colisão
Márcio Barros
Aliocha Maurício |
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Motorista ficou com os pés presos nos pedais. |
Em outro acidente, por volta das 2h30, o ônibus da empresa Francovig placa ASN-5377, dirigido por Edson José Pinheiro, 38 anos, caiu em uma ribanceira, no quilômetro 23 da BR-116, no Caximba, depois de se envolver em uma colisão com o Uno, LBF-2840.
Cerca de 20 funcionários de uma empresa em Curitiba eram levados para Fazenda Rio Grande. Três sofreram ferimentos leves e, depois de atendidos pelo Siate, foram levados ao Hospital do Trabalhador.
Segundo testemunhas, o ônibus seguia pela rodovia quando o carro saiu de um posto de combustível, com quatro pessoas. “Não tive como evitar a colisão e bati na traseira do veículo, que ficou descontrolado e caiu na ribanceira de um lado da pista, e nós fomos para o outro lado”, explicou Edson.
O motorista do Uno e dois passageiros fugiram do local. Um jovem ferido, foi socorrido pelo Siate e, enquanto era atendido, disse que todos que estavam no veículo, estavam bêbados, inclusive o motorista.
Árvore
Cerca de duas horas mais tarde, um ônibus da Rimatur bateu de frente contra uma árvore, em uma curva da Rua José Vale, em Santa Felicidade, bem próximo do Parque Tingui.
O motorista Márcio Costa ficou com as pernas presas nas ferragens e os bombeiros tiveram dificuldades para liberá-lo. Ele foi levado ao Hospital Evangélico sem risco de morte.
A aspirante Thatyana Lima, dos bombeiros, disse que o motorista estava preso nos pedais do ônibus. “Tivemos que trabalhar com cuidado. Ele foi levado com algumas fratura ao hospital”, explicou.
Acidente da Praça Tiradentes faz “aniversário”
Luciana Cristo
Um ano após o acidente com um ligeirinho que matou duas pessoas e feriu outras 32 no centro – o Movimento Passe Livre Curitiba (MPL) promete. para hoje, uma manifestação e exigir melhorias no transporte coletivo.
A concentração está marcada para as 17h, na Praça Tiradentes, local d,o acidente, para protestar contra o que o movimento considera ser um descaso da prefeitura e da Urbs.
Meses depois, laudo da perícia técnica do Instituto de Criminalística e investigações paralelas da Urbs concluíram que o acidente não foi causado por falha mecânica.
No ano passado, pelas estatísticas oficiais, ocorreram 860 acidentes envolvendo ônibus, 592 acidentes com vítimas e 82 atropelamentos, além de 268 sem vítimas, com pico de acidentes em abril.
Os dados estatísticos do BPTran apontam ainda que 80% dos acidentes envolvendo coletivos se concentram em 30 bairros. Em primeiro lugar está o centro, com 113 acidentes registrados no ano passado, seguido pela Cidade Industrial, com 42; Boqueirão, com 37; Pinheirinho e Sitio Cercado, com 29; e Portão, com 26.
Ruas
As ruas que concentraram o maior número deste tipo de acidente na região central foram Avenida Sete de Setembro (19), Alferes Poli (08), Cândido de Abreu (07).
Já na CIC a Avenida Juscelino Kubitschek de Oliveira é recordista (07), seguida pela Rua Pedro Gusso (06) e pela João Dembinski (03). No Boqueirão a Avenida Marechal Floriano Peixoto registrou 18 acidentes no ano passado, a Rua Willian Boot, 03, e a Rua Napoleão Laureano 01.
Outros
Neste ano, ocorreram mais dois acidentes graves. Em 18 de janeiro, em Santa Felicidade, um ligeirinho bateu em outro ônibus. Dez pessoas ficaram feridas e uma mulher foi arremessada para fora do veículo. Dez dias antes, um ligeirinho e um biarticulado colidiram, ferindo cerca de 50 pessoas.
Outros
Neste ano, ocorreram mais dois acidentes graves. Em 18 de janeiro, em Santa Felicidade, um ligeirinho bateu em outro ônibus. Dez pessoas ficaram feridas e uma mulher foi arremessada para fora do veículo. Dez dias antes, um ligeirinho e um biarticulado colidiram, ferindo cerca de 50 pessoas.