As duas amiguinhas de 10 e 11 anos, que assassinaram com requintes de crueldade a garotinha Bruna Aparecida Leite Marques, de 4 anos, no dia 16 de outubro, em Colombo, iniciaram ontem tratamento psicológico no Centro de Neuropediatria do Hospital de Clínicas. A informação é da promotora de Colombo, Daniele Thomé, que acompanha o caso.

A promotora disse que desde o dia 18 de outubro, quando as meninas confessaram que mataram a coleguinha, elas estão abrigadas em uma casa de apoio no município. “A mais velha retornou para casa, mas o Conselho Tutelar acabou recebendo denúncias de maus-tratos e ela voltou para o abrigo”, comentou a promotora. Ela disse que a assistente social verificou que a realidade das duas meninas é difícil. “A de 10 anos morava com a avó. Descobrimos que o pai morreu quando estava preso na delegacia do Alto Maracanã. A mãe também faleceu, mas não sabemos as circunstâncias. A outra vivia com a mãe, o padrasto e os irmãos. O padrasto é alcoólatra”, falou Daniele. Ela disse que por enquanto as garotas devem permanecer abrigadas.

Crime

Após assassinar Bruna, por volta das 18h de uma quarta-feira, as duas meninas foram para casa e avisaram parentes que Bruna estava morta. Apesar da pouca idade, as garotas criaram uma história fantasiosa de que um homem de olhos azuis e vestindo calça bege ofereceu doce e dinheiro para as três. Segundo elas, este homem teria levado as meninas para um lixão. As crianças relataram que Bruna foi levada no colo pelo homem e que ficaram muito assustadas. Por este motivo, fugiram e abandonaram Bruna. Elas informaram ainda que o homem ficou com Bruna e teria ameaçado matá-las caso relatassem o fato.

Ao ouvir a história das garotas várias pessoas se uniram para procurar a garotinha. Porém, apenas às 7h30 de quinta-feira, o corpo foi “encontrado” pelas próprias meninas. O pequeno corpo estava dentro de uma valeta à margem da BR-116.

Dois dias depois do crime, a menina de 11 anos confessou que o assassinato de Bruna foi motivado porque a pequena vítima pedia comida em sua casa. local em que a alimentação já era escassa, o que gerou ódio.

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