Mais 263 presos foram transferidos nesta quarta-feira (14) da Casa de Custódia de Maringá, que foi palco de rebelião no início desta semana. Com isso, já são 286 detentos transferidos, reduzindo em um terço o número de presos na unidade, o que facilitará os trabalhos de recuperação do prédio, que começa nos próximos dias.
Dos transferidos nesta quarta-feira, 80 foram remanejados para Curitiba, que já tinha recebido na terça-feira (13) os 23 líderes do movimento. Outros 66 condenados, de regime fechado, foram transferidos para a Penitenciária Estadual de Maringá. Esta unidade também recebeu 117 presos do regime semi-aberto, que continuam desempenhando trabalhos normais, durante o dia, em projetos realizados em parceria com órgãos públicos na região.
Levantamento concluído por técnicos da Secretaria da Justiça indica que houve prejuízos materiais em cerca de 30% do conjunto da unidade penal. Para que a situação seja normalizada, mais de 50 presos da própria unidade estão envolvidos nos trabalhos de recuperação. Ainda esta semana todos os presos estarão acomodados em celas.
Considerando a gravidade do movimento, o resultado final foi satisfatório, especialmente porque não houve vítimas fatais, afirma a secretária estadual da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Maria Tereza Uille Gomes. “Foi um excelente trabalho de negociação realizado com competência pela Polícia Militar do Paraná”, afirmou.
LIÇÕES – Segundo a secretária, uma das principais lições dessa rebelião é a necessidade de rever a concepção arquitetônica dos presídios paranaenses. “Essa Casa de Custódia não tem espaços necessários para salas de aula e oficinas de trabalho. Os presos ficam ali confinados, na ociosidade, e isso não ajuda em nada na sua recuperação; ao contrário, deixa-os ainda mais violentos. É uma concepção equivocada de construção que precisa ser revista”, disse Maria Tereza.
O compromisso do Governo do Paraná é mudar essa concepção de prisão, garante a secretária. “Vamos transformar essas prisões em escolas e em oficinas de trabalho, gerando uma cultura de paz”.
