Diante do decreto do governador, garantindo a transferência de 1.200 presos das delegacias e distritos para o sistema penitenciário, os policiais civis decidiram não entrar em greve. A classe se reuniu ontem, na Vila Izabel, e comemorou as transferências programadas para a região da capital. Por outro lado, demostrou preocupação com as delegacias do interior, que segundo membros do Sindicato dos Policiais Civis do Paraná (Sinclapol), ainda estão lotadas com cerca de 8 mil presos.
“Na capital a reação foi positiva, pois além da saída dos presos, está previsto que as carceragens das delegacias e distritos serão trancadas em definitivo. Porém, faltou um cronograma para as delegacias do interior. Nossa exigência é que o governo estabeleça datas para as transferências em no máximo 30 dias”, disse André Guitierrez, presidente do Sinclapol.
Durante a reunião, segundo o sindicalista, os policiais manifestaram otimismo ante a possibilidade de poder, sem preso para cuidar, investigar crimes. “Esperamos que desta vez o desvio de função acabe”, reforçou Gutierrez.
Vontade
Gutierrez disse que obstáculos colocados pelos agentes penitenciários são “questão de boa vontade”. “Nas delegacias, os policiais estavam colocando mais de cinco presos onde cabia apenas um. Nas penitenciárias, mesmo que coloquem dois onde cabe um, ainda assim, me parece melhor”, resumiu. A capacidade média das unidades penais de Piraquara gira em torno de mil presos.