Em Curitiba, a jovem Cristiane da Silva Bernardes, 24 anos, procura a irmã Maristela, que aos quatro teria sido vendida, em maio de 1988. Do outro lado do mundo, este mês, a brasileira criada em Israel, Ayellette Zamir, 23, procura a família no Paraná. As histórias se cruzaram nos últimos dias e podem ser dois lados da mesma situação. Porém, o episódio também levanta questões sobre o que é e o que não é crime quando o assunto é criança no exterior ou desaparecida.
Segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA): tirar um menor de quem o tem sob guarda para colocá-lo em lar substituto é crime, sob pena de reclusão de dois a seis anos. Também está sob pena, prometer ou entregar o filho a terceiro, mediante pagamento ou favor, ?promover ou auxiliar? o envio de criança ou adolescente para o exterior fora das formalidades legais e registrar como próprio o filho de terceiro.
Sobre o comércio de crianças brasileiras para o exterior, o procurador de Justiça Luiz Francisco Fontoura afirma que o auge foi nos anos 1980, quando uma quadrilha patrocinava a vinda de casais estrangeiros ao Paraná e um advogado ?esquentava? a adoção. Ele diz que o crime diminuiu sensivelmente, mas não acabou.
