Três meses depois que a Tribuna denunciou o tráfico de drogas na Moradias Cajuru, no bairro do mesmo nome, quase todas os acusados apontados por moradores estão atrás das grades. Na noite de segunda-feira, policiais da Delegacia de Homicídios prenderam mais cinco suspeitos de pertencer a duas quadrilhas distintas, que agem no Uberaba e no Cajuru, e matam os rivais na briga pelo ponto de venda de entorpecentes. Eles também são suspeitos do atentado praticado contra o investigador Ademir Pontes, baleado na semana passada, em frente ao Colégio Dom Bosco, no Batel.
Denunciado como sendo o líder de uma das quadrilhas, Fernando Silva Santos, mais conhecido como “Binando”, 21 anos, e Luiz Sidnei de Souza, o “Ceará”, 40, que seria integrante do mesmo grupo, foram presos. Do chamado grupo do “Passarinho” – rival da quadrilha de “Binando” -, foram presos José Xavier de Melo, 53; Edimilson Xavier de Melo, 30, e Marcos Aparecido de Oliveira, o “Marquinhos”, de 28. “Agora faltam poucas prisões. Para ser exato faltam três da quadrilha do Binando e um do grupo do Passarinho”, adiantou o delegado Stélio Machado, titular da Delegacia de Homicídios.
Mortes
Ele explicou que, apesar de sua delegacia não investigar o tráfico de drogas e não ter como objetivo prender traficantes, o comércio de entorpecentes é responsável pela maioria dos homicídios ocorridos em Curitiba, o que fez ele e os investigadores Marcos, Jairo e Pontes se empenharem em colocar todos atrás das grades. “Não vamos parar por ai. Tem mais gente para prender e tentar reduzir o crime nestes dois bairros de uma vez”, enfatizou.
Machado lembrou ainda que também está preso, desde o dia 14 passado, Leandro Ferreira da Silva, o “Feijão”, 21, que seria o braço direito de “Binando”. Ele é acusado de assaltos.
O grupo de “Passarinho” (que se chama Antônio Edclaúdio Alves, 34, e foi preso por policiais da DH há duas semanas) foi até o Cajuru na quinta-feira, para matar “Binando”. No confronto, “Ceará” levou um tiro no braço. O delegado disse que o grupo é responsável pelo homicídio de Alexandre Amaro Viera, morto com um tiro na cabeça há poucos dias. “Mas tem muito mais mortes, que estamos apurando”, argumentou.
Atentado
O atentado contra o policial civil Ademir Pontes pode estar perto da solução, com as prisões dos cinco acusados de tráfico. Todos deverão ser interrogados novamente hoje, na Delegacia de Homicídios. A ligação com eles foi estabelecida porque Ademir Pontes estava trabalhando no caso.
Pontes foi buscar a filha em um colégio, no Batel, às 12h30 da quarta-feira passada. Quando parou a Blazer em frente a escola, dois homens em uma motocicleta se aproximaram e o garupa atirou contra o policial. Pontes foi ferido no braço e no peito, recebeu cuidados médicos e está fora de perigo.