Tortura dá pedido de prisão a policiais

O delegado Hormínio de Paula Lima Neto e os investigadores da Polícia Civil Paulo Roberto Serafim – conhecido por “Paulo Paulada” -, Walmir do Carmo Silva e Emir da Silveira tiveram suas prisões preventivas solicitadas pelo Ministério Público, que no final da semana passada protocolou denúncia contra os quatro, por crimes de abuso de autoridade e prática de tortura. A denúncia foi encaminhada para a 7.ª Vara Criminal e os policiais – antes lotados na Delegacia de Furtos e Roubos – estão afastados das funções, recolhidos no Grupo Auxiliar de Recursos Humanos da PC.

Eles estão sendo acusados de, em 27 de janeiro pasado, prender ilegalmente o mecânico Carlos Ribeiro de Moraes, no Jardim Campo Santo, em Colombo, e torturá-lo na delegacia, para que confessasse suposto envolvimento em roubo de carga. Como nada conseguiram provar contra a vítima, liberaram-na no final da tarde do mesmo dia, com ameaças de nova prisão e espancamento caso revelasse a alguém o que havia acontecido.

Ajuda

Como tem um cunhado que é policial militar, o mecânico – que não tem antecedentes criminais – pediu ajuda ao PM. No mesmo dia ambos procuraram a delegacia, foram ouvidos pelo delegado de plantão e o caso foi comunicado à Corregedoria da Polícia Civil. Mais tarde, também a Promotoria de Investigação Criminal (PIC) foi comunicada da ocorrência e ouviu a vítima.

Com a divulgação da denúncia de Carlos, outras vítimas de situações semelhantes encorajaram-se e também procuraram a PIC, narrando violências sofridas na carceragem da delegacia, supostamente praticadas pela mesma equipe. “Se o juiz receber a denúncia, os policiais responderão a uma ação penal, que pode resultar em pena de reclusão de dois a oito anos e na perda do cargo, caso sejam condenados”, afirma o promotor de Justiça Dicesar Krespsky.

Defesa

Ontem à tarde, ao tomar conhecimento de que havia sido pedida sua prisão preventiva, o delegado Hormínio preferiu não comentar o assunto. “Ainda não fui informado oficialmente de nada e também não fui ouvido neste caso”, disse. Já seu advogado e também advogado dos demais acusados – Leontamar Valverde – afirmou que há vários dias encaminhou ao juiz da Central de Inquéritos uma petição colocando seus clientes à disposição para serem ouvidos. “Fiz isso há 20 dias e até agora não obtive nenhuma resposta. Só nos resta esperar”, disse o defensor.

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