Liberdade

Torcedores argentinos liberados após pagar fiança

Os dois torcedores argentinos do Clube Vélez Sarsfield, presos após roubar um videogame portátil de um funcionário de um hotel de luxo em Curitiba, foram liberados após pagar R$ 2 mil de fiança cada um. Eles deixaram o 1.º Distrito Policial no início da noite desta quinta-feira (27), para pegar ônibus até Foz do Iguaçu, de onde seguiram de avião para Buenos Aires.

Emiliano Di Leo, 29 anos, e Fernando Maximiliano Moraes, 31 anos, foram detidos em flagrante na noite de quarta-feira (26), na Rodoferroviária. Eles tinham ido até o hotel, no Centro, para cumprimentar os jogadores do Vélez depois da vitória de 3 x 1 contra o Atlético Paranaense na Vila Capanema em jogo pela Copa Libertadores da América.

Na saída, dois torcedores simularam ajudar um dos funcionários do hotel a carregar uma bagagem e em seguida desamarrou a blusa que estava presa à cintura, cobriu um videogame que estava num balcão e saiu do hotel com o aparelho.

Os argentinos não contavam que o videogame era de um dos funcionários do hotel e que o local tinha câmeras de segurança, que flagraram tudo. Imediatamente, a Polícia Militar foi acionada e encontrou os suspeitos na Rodoferroviária de Curitiba, onde embarcariam para Foz do Iguaçu e depois para Buenos Aires.

Na Rodoferroviária, ao perceber a chegada da policia, se desfizeram do videogame. Os dois foram abordados e os policiais ordenaram que indicassem onde estava o aparelho. Depois de mostrar, foram identificados e presos.

De acordo com o delegado Rubens Recalcatti, do grupo de aproximadamente 10 pessoas, três foram encaminhadas ao 1º Distrito Policial, no Centro. “Um deles foi apenas ouvido e liberado, porque não tinha nada a ver com a situação. Já os outros dois não tiveram como negar por causa das imagens e ficaram presos”.

Prejuízo

A vítima alegou que o videogame custou cerca de R$ 1 mil, porém, o mesmo modelo pode ser encontrado no mercado com valores entre R$ 450,00 e R$ 770,00.

Cada um dos torcedores do Vélez que foram presos gastou cerca de R$ 1.200,00 em passagens, de avião e ônibus, da capital argentina até Curitiba. Somado ao valor da fiança, os custos da viagem chegam a R$ 3.200, sem contar alimentação e hospedagem.

Por engano

À reportagem da Tribuna, o torcedor Emiliano Di Leo alegou inocência. “Peguei por engano o aparelho que nem sei usar. Quando vi que estava com o videogame, para não me complicar com a polícia, tentei me desfazer e foi aí que realmente me compliquei”, disse. Ele falou que colocou a blusa no balcão e que o aparelho veio junto quando a retirou de lá. “Não tive mesmo a intenção de furtar o objeto”.

Emiliano disse que mora em  Buenos Aires e que tem função pública similar à polícia do Brasil. “Trabalho em um órgão que cuida da segurança, sou funcionário público, estou envergonhado”, relatou. Segundo ele, essa foi a primeira vez que veio a Curitiba, mas já conhecia São Paulo e Florianópolis.

O argentino chegou a oferecer serviços domésticos aos repórteres em troca do pagamento da fiança. O outro torcedor,  Fernando Maximiliano Moraes, não quis conversar com a reportagem e parecia mais nervoso que Emiliano.

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