Duas pessoas foram baleadas em um confronto armado entre grupos rivais, em frente a uma panificadora, no início da manhã de sábado, na esquina da Rua Maestro Carlos Frank com a Rua das Carmelitas, no Boqueirão.
Por volta das 6h30, a adolescente Eluana Maria de Carvalho, 16 anos, foi atingida por um disparo no braço. Em seguida, houve correria e integrantes dos dois grupos sacaram armas e passaram a efetuar disparos uns contra os outros.
Na confusão, Emanoel dos Santos Correia, 21, levou dois tiros, ainda correu na tentativa de se salvar, porém não resistiu e morreu a poucos metros da esquina. O rapaz portava um revólver calibre 38, que foi apreendido e será submetido a exame de balística para apurar se foi a arma usada para atirar em Eluana. A garota foi socorrida pelo Siate e internada no Hospital Evangélico, onde passa bem.
Policiais da Delegacia de Homicídios foram até o hospital e conversaram com a adolescente. “Ela contou que saiu à noite com um grupo de amigas e rapazes. Foram até a casa de um deles para ouvir música. A confusão aconteceu quando eles voltavam, já no início da manhã”, explicou o investigador Jair, da DH.
Descanso
De acordo com o policial, o grupo resolveu parar em frente à panificadora para descansar. “De repente, a menina foi baleada, mas ela não soube dizer de onde veio o tiro”, disse o investigador.
Na sequência, houve o tiroteio, que resultou na morte de Emanoel. Ele teria perseguido um rapaz, que sacou a arma e atirou. Porém, ainda não se sabe se ele foi morto para vingar o disparo contra a menina ou se ele fazia parte do grupo de Eluana. “Vamos realizar o exame de balística para saber se o Emanoel atirou nela ou se foi outra pessoa”, afirmou Jair.
O motivo da confusão ainda é desconhecido, mas a suspeita é de que se trate de uma briga de gangues. De acordo com a polícia, a esquina onde aconteceu o tiroteio é conhecida pelo intenso tráfico de drogas e é possível que o grupo de Eluana tenha sido atacado pelo bando que atua na área. Os investigadores também conversaram com parentes de Emanoel e apuraram que ele usava e vendia entorpecentes.
Em bar clandestino, mais tiros
Confusão no interior de uma residência onde funciona um bar clandestino deixou um mestre-de-obras morto e o filho dele baleado, no final da tarde de ontem, em Araucária. Sinval Salvador de Ramos, 50 anos, levou um tiro no peito e morreu na frente da casa.
O filho dele, Rodrigo de Ramos, 23, foi ferido no braço e encaminhado ao Hospital do Trabalhador, em Curitiba. Segundo apurado pela polícia, o autor do crime foi o dono da casa, Nides Alves Guerreiro, 46 anos, que fugiu a pé.
A Polícia Militar foi acionada por volta de 17h30 para atender o caso e apurou que Sinval havia levado o filho e seus sobrinhos para jogar futebol numa quadra na Rua Hortencia, no Jardim Tupi.
Depois, ele e os rapazes atravessaram a rua e foram até o bar para comprar uma bebida. Nide se recusou a receber os clientes e teria falado: “Não vendo bebida para vagabundo”.
Silval não gostou e com o filho, invadiu a residência. Passaram pela garagem, cruzando com alguns clientes, e entraram na sala, onde Nides estocava as bebidas. Houve luta corporal e Sinval chegou a dar garrafadas em Nide. Para se defender dos golpes, Nides se armou com um revólver calibre 38 e atirou no peito de Sinval e no braço de Rodrigo.
Segundo Melo, depois do crime, Nides guardou a arma no armário da cozinha e arrastou o corpo até a frente da residência. O irmão de Sinval, José Antônio de Ramos, 53, contou que o mestre-de-obras morava em Guaratuba e foi a Araucária para cobrar o aluguel de residências que havia locado.
Janaina Monteiro
No Pilarzinho, outra saraivada de balas
Três pessoas foram baleadas no Bar e Lanchonete Girassol, na Rua Raposo Tavares, no Pilarzinho, por volta de 22h de sábado. Aristides Demétrio, 44 anos, conhecido como “Índio”, morreu na hora, e a mulher dele, Lígia Maria Gon&c,cedil;alves, 48, juntamente com o cliente Peterson Camilo, 27, foram socorridos pelo Siate e encaminhados ao Hospital Cajuru.
Segundo informações colhidas pelos investigadores da Delegacia de Homicídios (DH), dois homens, encapuzados e com armas
em punho, invadiram o estabelecimento e dispararam mais de 20 tiros. Oito acertaram o comerciante. Outros disparos acertaram Lígia e Peterson.
Há seis meses, o filho de “Índio”, Jessé Patrick Gonçalves Weber, 24, foi executado com três tiros, na casa onde morava, próximo à Universidade Livre do Meio Ambiente, também no Pilarzinho. Segundo testemunhas, Jessé foi morto por estar envolvido com o tráfico de drogas, o mesmo motivo da morte do pai.
Uma testemunha, que não pode ser identificada, revelou que “Índio” vendia drogas a mando de um traficante conhecido como Marcelo Stoko, o “Marcelão”, que já foi preso por tráfico e atualmente está em liberdade. Um dos acusados de autoria do crime foi identificado como Marcelo Bicudo, que junto com o comparsa pertencem à gangue comandada por “Marcelão”.
No local a polícia recebeu informações de que os autores da morte de Jessé foram os mesmos que mataram o pai dele e que, recentemente, já haviam invadido o comércio e agredido Lígia, para receber o pedágio cobrado pelo traficante.
A fama de “Marcelão” é conhecida desde o Tanguá, em Almirante Tamandaré, até a Cruz do Pilarzinho. Diversos homicídios registrados na região são atribuídos a ele como mandante, tudo por conta da disputa do tráfico de drogas.
Márcio Barros