Um desentendimento comercial, combinado com um triângulo amoroso, resultou na morte de duas pessoas e ferimentos graves em outra, na manhã de sábado, em Araucária. O crime aconteceu na Funerária Nossa Senhora das Graças, na Rua Coronel João Antônio Xavier. A proprietária do estabelecimento, Silza Adriana Cogo, 35 anos, foi assassinada com um tiro no olho pelo amante, Ivan Fernandes Dias, de 40 anos. Ele, que era casado com a sócia de Silza na funerária, foi morto com tiros na cabeça por um funcionário do estabelecimento, Dalberto Luiz da Silva. Dalberto é segurança do local e foi ferido com dois balaços, nas costas e na mão esquerda, quando trocou tiros com Ivan. De acordo com informações apuradas pela polícia, Dalberto também teria um relacionamento amoroso com a empresária assassinada. Ele está internado no Hospital Cajuru.
O delegado Jairo Estorílio, responsável pelas investigações, conversou com Dalberto no hospital. O policial informou que na quinta-feira passada – dois dias antes do crime – Silza esteve na delegacia para registrar uma queixa contra Ivan por ameaça. Ela era proprietária de 70% da funerária e os 30% restantes pertenciam à esposa de Ivan. O casal estaria se separando. “Silza registrou a ocorrência e foi feito um termo circunstanciado”, contou o delegado. Na ocasião, segundo o policial, Silza Adriana comentou também que pretendia passar sua parte na empresa para outra pessoa, para se livrar de Ivan. “Ela contou que Ivan a teria obrigado a assinar o recibo de um carro”, relatou Estorílio.
Na sexta-feira à noite Ivan esteve na funerária e ameaçou Silza novamente. “Isso não vai ficar assim”, teriam sido as palavras dele. Com medo, Silza pediu que Dalberto passasse a noite com ela no estabelecimento que também lhe servia de moradia.
Tocaia
Dalberto contou a história do duplo homicídio ao delegado no sábado à tarde, no Hospital do Trabalhador, para onde foi levado depois do crime. Ele relatou que Ivan chegou na funerária na manhã de sábado, já armado com uma pistola. Ao abrir a porta do estabelecimento, às 8h30, o segurança foi abordado pelo assassino. Ivan apontou a arma para a cabeça de Dalberto e ordenou que ele levantasse a camisa e fosse para os fundos.
Ouvindo a voz de Ivan, Silza Adriana se trancou no banheiro, mas o homem, enlouquecido, gritava: “Saia daí senão vou matar esse cara”. Apavorada, ela obedeceu – mas assim que saiu do banheiro levou um soco no rosto e caiu no chão da cozinha. Ivan ainda chutou a empresária e xingou. “Você não acreditou em mim. Vou te matar e depois me mato”. Em seguida, apontou a pistola para Dalberto, que tirou as mãos da cabeça e tentou se defender. O disparo atingiu a mão esquerda do funcionário, que também caiu.
Segundos depois, Dalberto ouviu mais um disparo e viu Ivan fechando a porta da cozinha. O assassino tinha atirado no rosto de Silza, que morreu na hora. Arrastando-se Dalberto apanhou um celular e tentou avisar a polícia, mas não conseguiu. Tentando se locomover até o quarto para alcançar o telefone, o segurança pôde ver Ivan revirando gavetas do escritório da funerária.
Tiroteio
Dalberto ainda conseguiu pegar a pistola de Silza, que estava guardada no quarto, e tentou fugir do local, mas Ivan percebeu seus movimentos e atirou mais uma vez. Atingido nas costas ele caiu novamente. Procurando se esconder entre as urnas funerárias, o segurança atirou contra Ivan, que nesse momento saía do local. Os dois trocaram tiros, que deixaram a rua manchada de sangue. Quando Ivan parou de atirar, Dalberto tentou mais uma vez telefonar para a polícia, mas não conseguiu por causa do ferimento na mão. Ele, então, foi até a banca de jornais mais próxima e pediu que o jornaleiro chamasse a PM, que não demorou a chegar. Dalberto entregou a arma e foi levado para o hospital pelos próprios policiais.
O delegado Estorílio disse que a história relatada por Dalberto -que é ex-policial militar – é compatível com a cena do crime. Mesmo assim, autuou o segurança em flagrante por homicídio. “Ele foi expulso da Polícia Militar e tem antecedentes por roubo, por isso achei melhor fazer a autuação”, observou. Agora o delegado aguarda o laudo do Instituto de Criminalística para prosseguir com os trabalhos de investigação. A saraivada de balas deixou marcas na paredes do estabelecimento, nas urnas funerárias em exposição e na porta de vidro da empresa, que quebrou. O telefone, ensangüentado, estava fora do gancho. Silza foi encontrada morta no chão da cozinha. Ivan estava caído na rua, ainda com a pistola na mão, ao lado de um carro, onde provavelmente tinha se escondido durante o tiroteio. Dalberto foi transferido para o Hospital Cajuru e será submetido a cirurgia para retirada dos projéteis.
No bolso da vítima, um bilhete de despedida
No bolso de Ivan, a polícia encontrou um bilhete onde estava marcado o horário de 2h46. A anotação dizia: “Araucária, 2h46 de 26/04/03. Tudo o que eu fiz se resume apenas no caso profissional. Ninguém da minha família tem a ver com isto, o problema o serviço funerário de Curitiba, que obriga os familiares das pessoas falecidas a pegar a funerária da vez. Com isto na regiões metropolitanas estamos sem trabalhar. Eu só quero que todos trabalhem em paz sem a Prefeitura de Curitiba interferir nas funerárias. Adeus, Ivan”.
Amigos de Silza Adriana, que preferem não se identificar, informaram que na sexta-feira ela vendeu a funerária e o contrato foi feito por um advogado de Curitiba. O delegado Jairo confirmou a história. “Ela era ameaçada pelo Ivan, com quem se relacionou durante cinco anos. Ultimamente ela não queria mais nada com ele e começou a receber ameaças. O Ivan dizia que iria estuprar a filha de Adriana e barbarizar com seus outros filhos. Também a ameaçava de morte”, contou o amigo. Ele disse ainda que Adriana tinha muito medo de Ivan, assim como a mulher dele. “As duas eram amigas e morriam de medo do Ivan, que era um machão de cozinha. Ele respondia vários termos circunstanciados por bater em mulher”, completou. “A Adriana era uma pessoa boa e queria se mudar para se livrar do Ivan”, contou outro amigo da mulher.
Silza Adriana era freqüentadora assídua do Instituto Médico Legal de Curitiba, pois como proprietária de funerária costumava auxiliar parentes de vítimas de acidentes de trânsito no recebimento do seguro obrigatório. Muitas vezes ela esteve no IML acompanhada de Ivan, que apresentava como marido. Há alguns meses passou a comparecer junto com outro rapaz, que dizia ser seu namorado. (VB) No bolso de Ivan, a polícia encontrou um bilhete onde estava marcado o horário de 2h46. A anotação dizia: “Araucária, 2h46 de 26/04/03. Tudo o que eu fiz se resume apenas no caso profissional. Ninguém da minha família tem a ver com isto, o problema o serviço funerário de Curitiba, que obriga os familiares das pessoas falecidas a pegar a funerária da vez. Com isto na regiões metropolitanas estamos sem trabalhar. Eu só quero que todos trabalhem em paz sem a Prefeitura de Curitiba interferir nas funerárias. Adeus, Ivan”.
Amigos de Silza Adriana, que preferem não se identificar, informaram que na sexta-feira ela vendeu a funerária e o contrato foi feito por um advogado de Curitiba. O delegado Jairo confirmou a história. “Ela era ameaçada pelo Ivan, com quem se relacionou durante cinco anos. Ultimamente ela não queria mais nada com ele e começou a receber ameaças. O Ivan dizia que iria estuprar a filha de Adriana e barbarizar com seus outros filhos. Também a ameaçava de morte”, contou o amigo. Ele disse ainda que Adriana tinha muito medo de Ivan, assim como a mulher dele. “As duas eram amigas e morriam de medo do Ivan, que era um machão de cozinha. Ele respondia vários termos circunstanciados por bater em mulher”, completou. “A Adriana era uma pessoa boa e queria se mudar para se livrar do Ivan”, contou outro amigo da mulher.
Silza Adriana era freqüentadora assídua do Instituto Médico Legal de Curitiba, pois como proprietária de funerária costumava auxiliar parentes de vítimas de acidentes de trânsito no recebimento do seguro obrigatório. Muitas vezes ela esteve no IML acompanhada de Ivan, que apresentava como marido. Há alguns meses passou a comparecer junto com outro rapaz, que dizia ser seu namorado. (VB) No bolso de Ivan, a polícia encontrou um bilhete onde estava marcado o horário de 2h46. A anotação dizia: “Araucária, 2h46 de 26/04/03. Tudo o que eu fiz se resume apenas no caso profissional. Ninguém da minha família tem a ver com isto, o problema o serviço funerário de Curitiba, que obriga os familiares das pessoas falecidas a pegar a funerária da vez. Com isto na regiões metropolitanas estamos sem trabalhar. Eu só quero que todos trabalhem em paz sem a Prefeitura de Curitiba interferir nas funerárias. Adeus, Ivan”.
Amigos de Silza Adriana, que preferem não se identificar, informaram que na sexta-feira ela vendeu a funerária e o contrato foi feito por um advogado de Curitiba. O delegado Jairo confirmou a história. “Ela era ameaçada pelo Ivan, com quem se relacionou durante cinco anos. Ultimamente ela não queria mais nada com ele e começou a receber ameaças. O Ivan dizia que iria estuprar a filha de Adriana e barbarizar com seus outros filhos. Também a ameaçava de morte”, contou o amigo. Ele disse ainda que Adriana tinha muito medo de Ivan, assim como a mulher dele. “As duas eram amigas e morriam de medo do Ivan, que era um machão de cozinha. Ele respondia vários termos circunstanciados por bater em mulher”, completou. “A Adriana era uma pessoa boa e queria se mudar para se livrar do Ivan”, contou outro amigo da mulher.
Silza Adriana era freqüentadora assídua do Instituto Médico Legal de Curitiba, pois como proprietária de funerária costumava auxiliar parentes de vítimas de acidentes de trânsito no recebimento do seguro obrigatório. Muitas vezes ela esteve no IML acompanhada de Ivan, que apresentava como marido. Há alguns meses passou a comparecer junto com outro rapaz, que dizia ser seu namorado.