Tiros impedem fuga na DFRV

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Estoques e outros objetos
apreendidos no xadrez.

Uma tentativa de fuga na Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV) foi contida a bala pelos plantonistas, no final da madrugada de ontem. Ninguém saiu ferido, mas a vistoria feita por policiais na carceragem da delegacia, após o fato, revelou os utensílios usados pelos presos para tentar escapar. Essa foi a segunda tentativa de fuga na DFRV em menos de uma semana.

De acordo com o superintendente Agneles Canalles, por volta das 5h30, presos da ala B, que comportava 37 reclusos, conseguiram serrar as grades de duas celas e tiveram acesso ao corredor da carceragem. Lá, renderam os dois presos que ficam no corredor e os amarraram. "Assim, os presos impediram que os plantonistas fossem avisados", relatou o policial.

Na seqüência, os detentos serraram outra grade e, quando tentavam escapar pela janela, foram surpreendidos pelos plantonistas. Cerca de 15 tiros foram disparados para conter a fuga. Assustados com a intervenção policial, os presos voltaram para a carceragem. Nenhum conseguiu fugir.

Vistoria

Com a chegada do reforço policial, teve início uma revista geral em todas as alas do xadrez da DFRV. Os 150 presos que superlotam a delegacia foram retirados da carceragem e as celas revistadas, numa "operação pente-fino". Entre os objetos guardados pelos detentos dentro do xadrez, foram encontradas cerca de dez pequenas serras e lâminas utilizadas para "cortar" as grades e proporcionar a fuga. Além disso, a polícia achou dois telefones celulares, estoques, grades serradas e pedaços de madeira que são utilizados para cavoucar paredes. "Temos que ser mais rígidos na vistoria, porque todo esse material recolhido é trazido por parentes dos detentos durante as visitas", explicou o superintendente. Dentro das próprias celas, é permitido aos presos apenas guardar utensílios e roupas básicas. "Essa medida é necessária, pois as serras foram encontradas em meio aos apetrechos dos presos. Eles guardam muita coisa e não é possível vistoriar tudo, todos os dias", afirmou Canalles.

Plantão

Na madrugada de sexta-feira, outra tentativa de fuga foi registrada na DFRV, no local que abrigava 20 presos. Essa situação também foi contornada pelos plantonistas. Atualmente, a DFRV está com 150 presos, sendo a capacidade máxima estimada em 70. A especializada, desde a última terça-feira, está sob novo comando. O delegado Itiro Hashitami assumiu a DFRV e já foi recepcionado pelos detentos com duas tentativas de fuga. Essas situações foram frustradas graças ao novo sistema de escalonamento de plantonistas adotado na DFRV. De acordo com o superintendente, agora ficam cinco policiais no plantão da delegacia enquanto há a equipe de apoio, com outros cinco policiais. Cabe a essa equipe de reforço atender ocorrências na cidade e fazer monitoramento externo do prédio da DFRV. Foi através desse monitoramento que a fuga foi impedida.

Vizinhos reclamam do risco constante de evasões

Os tiros disparados para conter a evasão de presos chegaram a assustar moradores vizinhos à Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos. Tão logo foi comunicada sobre o episódio, a presidente da Associação dos Moradores da Vila Isabel, Kátia Zilli, que é moradora num prédio próximo à DFRV, comentou a situação. Segundo ela, essas tentativas de fuga colocam em risco toda a comunidade e perturbam os moradores da região. "Gostaria que as autoridades tomassem decisões definitivas e cumprissem o que determina a lei", afirmou Kátia, referindo-se a uma determinação que proíbe prédios prisionais em áreas residenciais. Para ela é compreensível que os presos tentem escapar, principalmente devido a superlotação carcerária e as condições em que eles vivem. "Cabe ao governo melhorar essa situação e dar segurança à população", concluiu.

A associação vai encaminhar um expediente ao secretário da Segurança Pública do Paraná solicitando providências e pedindo que a legislação seja cumprida.

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