Dois mortos e um ferido. Esse foi o saldo de inúmeros disparos efetuados às 20h45 de domingo na Rua Laranjeiras, bairro Primavera, em Piraquara. Segundo levantamento dos policiais militares do 17.º Batalhão, um Corcel branco, ocupado por três indivíduos, parou nas proximidades de uma lanchonete onde se concentravam jovens. Um dos ocupantes do carro desceu armado e disparou em direção às pessoas que estavam em frente a lanchonete. Houve corre-corre e Alberto Luiz Nunes Schiavenato caiu morto dentro da garagem de uma residência, ao lado do estabelecimento comercial. Mariano Barreto da Cunha, 23 anos, e Claudemir Pereira Lima, 19, também foram baleados e encaminhados a hospitais de Piraquara e Curitiba pelos socorristas do Siate. No entanto, Mariano não resistiu aos ferimentos e morreu antes de dar entrada no centro médico. Claudemir, em estado grave, foi encaminhado ao Hospital Cajuru.
Poucas informações foram obtidas pelos policiais civis e militares que atenderam a situação. "No momento dos tiros, todos correram e ninguém conseguiu ver a placa do carro utilizado pelos matadores", explicou o soldado Reginaldo. Viaturas da PM realizaram diligências pelas imediações, mas não encontraram o Corcel branco ou qualquer suspeito. Foi cogitado apenas que um dos envolvidos no crime seria conhecido por "Rogerinho".
Outro ferido
A Delegacia de Piraquara também começou a investigar outro misterioso caso na manhã de ontem, que pode ter relação com o tiroteio na lanchonete, de acordo com o superintendente Valdir Bicudo. Por volta das 20h30, aconteceu um assalto em frente a um bar, na Estrada das Laranjeiras, de onde foi levado o Ford Ka placa CLV-7567. Esse carro teria sido usado – dando cobertura – na ação que resultou nas mortes. O veículo foi localizado na manhã de ontem, depenado, na rodovia que dá acesso ao Parque Águas Claras, em Piraquara.
De acordo com o testemunho dado pelo proprietário do Ka à polícia, três homens chegaram no bar e tentaram roubar um Corsa. Não foi informado se houve reação do dono do Corsa – identificado como Valdir da Silva Pereira -, mas ele recebeu um tiro na cabeça e foi abandonado no local. Na seqüência, os marginais partiram para roubar outro veículo. Escolheram o Ka e um dos bandidos encostou o revólver na cabeça do motorista, que foi obrigado a entregar o veículo, bem como a carteira e o telefone celular. Em seguida foi agredido com uma coronhada na cabeça.
Os bandidos entraram no Ka e, antes de partir, atiraram por mais duas vezes contra a vítima que, por sorte, não foi alvejada. Segundo informações, outros dois carros – um Chevette e um Fusca – deram cobertura para este roubo.
Conforme Bicudo, está sendo averiguada a possível relação entre os dois casos. Se for confirmada, a principal hipótese que passa a ser investigada pela polícia é um acerto de contas entre grupos rivais. O policial acredita que, com os depoimentos que se seguirão, novas pistas aparecerão para fechar o quebra-cabeça.
