Jean de Souza Andrade, 29 anos, era uma das figuras folclóricas do Jardim Graziela, em Almirante Tamandaré. Alcoólatra, segundo a família, ele costumava divertir a vizinhança com suas maluquices, principalmente depois que bebia. Quinta-feira à noite, dois tiros puseram fim às peripécias do rapaz, encontrado morto numa valeta junto à Rua das Camélias, a 20 metros da casa em que morava.
O cunhado dele, Altamiro Barbosa, contou que Jean era um rapaz normal, mas o vício do álcool corroeu aos poucos sua razão. “Não era ladrão, não incomodava ninguém nem arrumava briga. Mas quando bebia ficava bobo”, disse Altamiro. Entre as insanidades de Jean, o cunhado relata os costumes de falar sozinho, gritar na rua e ver supostos ETs e astronautas nos lugares mais improváveis.
Pista
A Delegacia de Almirante Tamandaré conversou com moradores e soube que um homem teria se incomodado com as loucuras do rapaz. Perto das 21h30 de quinta-feira, o desconhecido teria sacado um revólver durante uma discussão com a vítima, no meio da rua, e vizinhos escutaram dois disparos. A valeta em que Jean caiu fica num beco escuro, por isso somente às 8h de ontem o corpo foi encontrado por uma criança que ia à escola. Ele tinha levado um tiro na cabeça e outro no peito.
A vítima fazia pequenos bicos como servente e não tinha passagem pela polícia. “Não está difícil descobrir quem o matou. É só esperar a poeira baixar que as informações virão”, acredita o investigador Araújo, da Delegacia de Almirante Tamandaré.