Tio oculta cadáver de sobrinho

Alegando ter agido em defesa da família, o serralheiro Orondi Capellari, 34 anos, foi preso em flagrante, depois de ajudar os assassinos de seu sobrinho a ocultarem o corpo do jovem. O crime aconteceu na madrugada de ontem, quando Edson Capellari Andrade, 22, foi morto na casa do tio, na Rua Claridade, Jardim Alvorada, São José dos Pinhais, onde morava há 15 dias.

O corpo de Edson foi encontrado pela manhã, jogado dentro de uma valeta na Avenida Guatupê, no mesmo município. Como era perto da casa onde a vítima residia junto com Orondi e a esposa dele, Edna Iara Telles, 30, o casal foi rapidamente ao local. Lá eles contaram à imprensa e à polícia que o sobrinho veio há 15 dias de Balneário Camboriú (SC), com alvará de soltura da cadeia local, e que a última vez que eles o viram foi por volta das 20h de terça-feira. Horas mais tarde os policiais receberam a informação de que uma testemunha viu quando o corpo foi dispensado de dentro de um veículo Caravan, de cor preta, coincidentemente o mesmo carro que estava estacionado na garagem da casa de Orondi. Desconfiados, os policiais averiguaram o veículo e a casa, e encontraram manchas de sangue.

Preso

Quando o tio de Edson foi junto com a mulher à delegacia de São José dos Pinhais, para retirar a guia de necropsia do corpo, foram de imediato interrogados. Depois de muita reluta, o casal contou o que realmente tinha acontecido naquela noite. Orondi, a mulher e os cinco filhos, bem como Edson, estavam dormindo quando quatro homens invadiram a casa, por volta da 1h, espancaram o rapaz e o mataram com um tiro.

Dois dos marginais teriam, então, obrigado Orondi a enrolar o corpo do sobrinho em cobertores, e ajudá-los a desovar o cadáver. Enquanto isso, os outros comparsas ameaçavam a mulher e as crianças. Depois de largar o corpo na valeta, o grupo fugiu, não sem antes ameaçar a família de morte, caso contasse algo à polícia.

Porém, a história contada pelo casal não convenceu o delegado Osmar Antônio Dechiche, que autuou o tio da vítima por ocultação de cadáver, cuja pena pode variar entre 1 e 3 anos de reclusão. Segundo o delegado, os assassinos freqüentavam a casa para planejar assaltos em chácaras e em residências de Curitiba e região metropolitana, e armazenar os objetos roubados. Foi justamente o desaparecimento de alguns produtos que despertou a ira do bando e motivou o crime. O carro de Orondi, a Caravan preta, imsulfilmada, placa ACA-3539, era usado para cometer os assaltos, o que levanta fortes indícios da participação do serralheiro nos roubos. "Apesar de Orondi não ter participado do crime, ele escondeu o corpo, mentiu para a polícia e ainda era conivente com todos os assaltos, emprestando inclusive seu carro. Iremos investigar se ele também fazia parte da quadrilha", finalizou o delegado. 

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