Tigre prende maior seqüestrador do Brasil

Policiais de elite que formam o Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial – o conhecido Grupo Tigre, da Polícia Civil – em parceria com a polícia de São Paulo, prenderam Alexandre Ferreira Viana, 30 anos, considerado um dos principais seqüestradores do País. Ele é apontado como mentor do mais longo seqüestro do Paraná (ocorrido em novembro de 2005), que teve desfecho em janeiro deste ano. Desde então, Alexandre era procurado.

O seqüestro de uma jovem de 27 anos, filha de um empresário do ramo de produtos alimentícios, aconteceu em Curitiba e durou 50 dias. Ela foi encontrada na zona leste de São Paulo e, na época, foram presos Eduardo Maciel de Souza, 23, Luciano Mendes de Miranda, 29, e André Pereira Gomes, 25. A família não chegou a pagar o resgate. Apesar das prisões, os policiais do Grupo Tigre não cessaram as investigações e continuaram as buscas aos outros membros da quadrilha. A investigação durou 13 meses, e durante os trabalhos os policiais viajaram várias vezes para São Paulo, inclusive em feriados e durante os ataques do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Prisões

Genivaldo, Tânia e Regiane: Ano-novo na cadeia.

Alexandre foi preso em Praia Grande, litoral Sul de São Paulo, junto com a mulher Regiane Maciel de Souza, 28, na noite de Natal. O casal bebia cerveja em um quiosque quando foi abordado. A dificuldade em encontrar Alexandre era porque ele não usava telefone celular e fazia ligações de telefones públicos de vários Estados, para confundir a polícia. Com a prisão do chefe da quadrilha, os investigadores chegaram até a irmã dele, Tânia Ferreira Viana, 34, e o marido dela, Genivaldo Lopes de Oliveira, 30, também acusados de participar do seqüestro da curitibana. Eles foram presos anteontem, em casa, na favela de Guaianazes, zona Leste da capital paulista. Embaixo de um sofá a polícia descobriu um porão, onde os reféns eram mantidos. A jovem paranaenses ficou 30 dias naquele cômodo.

Regiane, Tânia e Genivaldo foram trazidos a Curitiba, onde responderão pelo crime de extorsão mediante seqüestro. Já Alexandre ficará preso na Divisão Anti-Sequestro de São Paulo (DAS), pois mesmo preso ele ainda mantém um seqüestro em andamento.

?Está acima do PCC?

De acordo com o delegado do Grupo Tigre, Riad Braga Farhat, Alexandre Ferreira Viana é um dos principais seqüestradores, atualmente. ?Ele não tem ligação com o PCC, pois está muito acima dos membros da facção criminosa pela sua inteligência e pela infra-estrutra que criou?, diz o delegado.

Há pelo menos dez anos Alexandre comanda seqüestros em São Paulo. O caso envolvendo a curitibana foi o primeiro fora do estado. A principal característica da quadrilha é o longo tempo que mantém as vítimas em cativeiro e o alto valor que exige pelo resgate. ?Eles sempre pedem mais de um milhão de reais e permanecem muitos dias com a vítima para negociar. Ele já chegou a ganhar R$ 800 mil em um seqüestro?, disse o delegado.

A polícia não sabe calcular a fortuna feita por Alexandre com os seqüestros, mas sabe que parte desse dinheiro foi usado para comprar uma concessão de ônibus de transporte urbano em São Paulo. Alexandre investiu em uma frota com oito veículos e na contratação de doze funcionários. ?Ele ganhava cerca de 15 mil reais por mês com esse empreendimento, cujo dinheiro era usado para os custos dos seqüestros, como aluguel de casas?, disse o delegado.

Um dos crimes mais marcantes arquitetados por Alexandre foi o seqüestro de uma menina de um ano e dez meses que ele manteve por 80 dias em um cativeiro. Alexandre e seu bando ganhou R$ 300 mil de resgate pela criança.

O criminoso é foragido de um presídio de São Paulo, tem três passagens na polícia por seqüestro e outras cinco por assalto.

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