Várias testemunhas do assassinato do estudante Anderson Froese de Oliveira, 18 anos, morto com um tiro na cabeça, durante uma abordagem de policiais militares do serviço reservado do 13.º Batalhão, já foram ouvidas no inquérito policial militar (IMP), que apura as circunstâncias da morte. O jovem foi morto com um tiro a queima-roupa na cabeça, às 2h15 da madrugada do dia 2 deste mês, quando pichava o muro de uma empresa de ônibus, na Avenida Marechal Floriano Peixoto, Parolin.

O coronel José Paulo Betes, comandante do 13.º Batalhão, informou que além dos colegas de Anderson, que presenciaram o fato, foram ouvidos funcionários da empresa de ônibus. “Os funcionários disseram que só ouviram um tiro naquela madrugada”, contou Betes. Os garotos confirmaram a versão dada no inquérito instaurado pela Delegacia de Homicídios. Segundo eles, Anderson estava pichando o muro e seu amigo de 16 anos, olhando. Outros quatro adolescentes estavam nas proximidades vigiando para avisá-los caso vissem viaturas da Polícia. De repente surgiu um Corsa prata, com as luzes apagadas e desembarcaram o soldado Nilton Hasse, 33 anos, e cabo Odair Konkel, 26, que estavam à paisana. Konkel revistava o menor e Nilton o maior, quando de repente ocorreu o disparo contra a cabeça de Anderson, disparado pelo soldado. A vítima foi conduzida ao Hospital do Trabalhador, por uma viatura caracterizada da Polícia Militar, onde morreu logo após dar entrada.

Contradição

A versão dos policiais é diferente. Eles afirmam que estavam a procura de dois rapazes que teriam tentado assaltar um restaurante na Água Verde, alguns minutos antes. Quando passavam pelo Parolin viram os suspeitos e fizeram a abordagem. Segundo os policiais, o menor e Anderson estavam armados com uma pistola e um revólver e atiraram contra eles, que revidaram e um tiro acertou o garoto. O disparo efetuado pelo estudante, conforme o relato dos policiais, teria atingido o Corsa.

As provas apuradas no inquérito instaurado pela Delegacia de Homicídios, não conferem com a versão dos policiais. O exame de resíduos químicos aponta que a vítima não atirou e necropsia, que o tiro foi encostado e efetuado de baixo para cima, diferente do que ocorre em uma troca de tiros.

O coronel disse que nas próximas horas serão ouvidas mais testemunhas e na seqüência será realizada a constituição da abordagem. O soldado Nilton Hasse e o cabo continuam presos no Batalhão de Guarda da PM, no Ahu.

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