Ao ouvir uma testemunha do assassinato de Marcelo dos Santos, ocorrido no dia 29 de setembro do ano passado, em uma chácara na Vila Pantanal, Alto Boqueirão, policiais do 6.º Distrito Policial, acabaram elucidando outros dois assassinatos ocorridos há mais de oito anos. Um dos inquéritos que foi reaberto é o que investiga o assassinato do Policial Civil Antônio Roberto Spósito, 47 anos, que aconteceu no dia 24 de janeiro de 1994. O outro é o que apura o latrocínio do guardião Norberto Vieira, mais conhecido como “Português”, 60 anos, morto com onze facadas e um violento golpe de barra de ferro na cabeça. O crime ocorreu no início da manhã do dia 5 de maio de 1993, no interior da agência de turismo Driade, na Rua Alberto Bolliger, Alto da Glória. O início das investigações apontou que o crime seria de latrocínio.
O delegado Gerson Machado apurou que os autores das mortes do detetive Spósito e do guardião foram as mesmas pessoas. De acordo com as investigações, José Luís Carvalho de Macedo, Otaviano Sérgio Carvalho de Macedo, o “Serginho”, Luiz Antônio Barbosa, o “Luizão” e Carlos Ronald Monteiro de Queiroz, também conhecido como “Boi”, teriam cometido os dois crimes e foram indiciados. Os quatro também foram denunciados pelo promotor Mário José Esbalqueiro, da 5.ª Vara Criminal, pela morte de Spósito. Um dos denunciados, “Serginho”, é acusado de ser um dos autores da execução de Almir José Solarewicz, 45 anos, também conhecido como Almir Bicheiro. Ele foi assassinado com sete tiros no início da noite do dia 20 de setembro de 2000, na Rua Euzébio da Motta, Juvevê.
Latrocínio?
No caso de “Português”, os quatro teriam invadido a agência de turismo, onde também funcionava o escritório do advogado Antônio Pelizzetti que é pai da então proprietária do estabelecimento. Segundo informações, apuradas pela polícia, dentro do cofre da agência estavam guardados quatro quilos de cocaína. Usando capuz “Serginho”, José Luís, Luís Antônio e Carlos teriam simulado um assalto, usando um Gol branco. O guardião teria reconhecido “Serginho” pela voz e a jaqueta de couro preta que usava. Por este motivo foi morto. O mandante do “assalto” seria o detetive Spósito.
Policial
Meses depois, Spósito teve o mesmo destino e os autores seriam os mesmos, segundo as investigações. O detetive estava lotado na divisão de Polícia da Capital e foi assassinado no início da madrugada de uma segunda-feira, quando trafegava com a viatura (um Kadett descaracterizado), no cruzamento da Avenida Souza Naves com a Rua Ubaldino do Amaral, Cristo Rei. Um amigo que estava no carro o conduziu ao Hospital Cajuru. Atingido por quatro tiros, que acertaram a cabeça, a nuca, costas e o braço esquerdo, ele não resistiu e morreu na madrugada do mesmo dia. Os autores ocupavam um Gol branco, o mesmo utilizado para praticar o “roubo” contra a agência de turismo.