Testemunha acusa gangue de Tamandaré

Duas testemunhas do caso da quadrilha acusada de assassinar várias mulheres na região de Almirante Tamandaré foram ouvidas ontem no fórum daquela cidade. Segundo o promotor Paulo Lima, da Promotoria de Investigação Criminal (PIC), que acompanhou a audiência, o depoimento mais importante foi da comerciante Maria Angélica Cavília, mais conhecida como “Gi”. “Ela reafirmou que o grupo se reunia em seu estabelecimento para planejar os crimes e assaltos. Isso mostra que a denúncia estava no caminho certo”, salientou o promotor.

A mulher citou nomes de vários dos 17 acusados que estão presos. Entre eles os soldados da Polícia Militar Juliano Vidal de Oliveira, Jean Adam Grott e Juarez Silvestre Vieira. Outro nome bastante citado é de Alceu Rodrigues, o “B.A.” , 31 anos, que foi morto pelo próprio grupo no dia 9 de maio. “Ela informou que o B.A. mencionava que tinha ascendência na delegacia e sempre falava no delegado Rogério Haissi (atual delegado de Campina Grande do Sul). O escrivão Alexander Perin Pimenta também freqüentava o local”, ressaltou o promotor. Ele frisou que outro nome bastante citado pela testemunha é o de Sebastião Alves do Prado, o “Tiãozinho”. De acordo com Paulo Lima, ontem deveria terminar o depoimento das testemunhas de acusação e o juiz deve marcar os depoimentos das testemunhas da defesa.

Quadrilha

Estão presas dezessete pessoas acusadas de integrar a quadrilha, que contava com policiais militares e civis. Além de matar mulheres, o bando também assassinava homens, praticava assaltos e traficava drogas e armas. O caso foi desvendado pela delegada Vanessa Alice, designada para elucidar a série de assassinatos de mulheres. Ao todo foram 21 mortas: 19 em Almirante Tamandaré e duas em Rio Branco do Sul.

São acusados de integrar a quadrilha Juliano Vidal de Oliveira, Jean Adam Grott, Juarez Silvestre Vieira, José Aparecido de Souza, Leily Pereira, Jeferson Martins, Marcos Marcelo Sobieck, o escrivão da Polícia Civil Alexander Perin Pimenta e o funcionário da Prefeitura Luiz Antônio da Silva, o “Luizão” (exercia função de investigador na delegacia de Tamandaré), além de Paulo Celso Rodrigues; o ex-PM Valdírio Adir Mangger; Maria Rosana de Oliveira, a “Rosana Zen” ; André Luiz dos Santos, o “Andrezinho”; Celso Luiz Moreira, vulgo “Celso, Seco” e Antônio Martins Vidal, conhecido como “Tico Pompílio”.

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