Bombeiros e voluntários resgataram as vítimas. |
O aposentado Aldrovandro Galdino de Azevedo, 69 anos, morreu soterrado na tarde de ontem enquanto realizava a abertura de uma valeta no terreno de uma casa vizinha à dele, localizada na Rua Reinaldo Issberner, no Cajuru. Ele estava acompanhado de outros dois trabalhadores no momento do acidente. Um deles identificado como Aparecido Vitorino, 23, ficou parcialmente soterrado e foi retirado do local por soldados do Corpo de Bombeiros e encaminhado com ferimentos leves para o Hospital Cajuru.
Segundo informações de vizinhos, por volta das 14h ocorreu o deslizamento de terra. O aposentado e mais dois jovens estavam trabalhando e, segundos antes do acidente, um dos trabalhadores saiu do buraco escavado para tomar água. Logo em seguida, centenas de quilos de terra desceram para o buraco. Aldrovandro foi totalmente soterrado enquanto Aparecido ficou apenas com a cabeça para fora. O terceiro operário, ao ver a situação saiu correndo pedindo socorro.
Resgate
O Corpo de Bombeiros prontamente chegou ao local e deu início ao trabalho de resgate. Com a ajuda de voluntários, foi retirada grande quantidade de terra e Aparecido retirado do buraco com o auxílio de uma corda. Imediatamente ele foi colocado em uma prancha de atendimento médico e levado pelos socorristas do Siate para a ambulância.
As escavações no terreno continuaram à procura do aposentado e após alguns minutos o corpo foi localizado. A retirada do corpo demorou muito mais tempo, principalmente devido à forte chuva que caiu na tarde de ontem em Curitiba.
Apesar de ser uma fatalidade, o acidente poderia ter sido evitado se os trabalhadores tivessem tomado algumas medidas de segurança. “Eles cavaram um buraco profundo, pouco largo e sem nenhum escoramento”, disse um dos soldados do Corpo de Bombeiros, que ressaltava a imprudência das vítimas. O buraco tinha aproximadamente 3,30m de profundidade.
Infiltração
Aldrovandro possuía várias casas alugadas na região e alguns de seus inquilinos estavam reclamando da infiltração que estava ocorrendo nas residências devido à água que ficava acumulada no terreno vizinho. Para amenizar o problema dos inquilinos, o aposentado contratou dois rapazes para fazer uma valeta no terreno vizinho e assim escoar a água. A intenção também era colocar uma camada dupla de plástico próxima ao muro divisório para fazer uma espécie de vedação e impedir que a água se infiltrasse.
As obras começaram na quarta-feira. Foi feito um buraco profundo, sem escoramento, mas a largura era suficiente apenas para o corpo de um homem magro passar. No início da tarde de ontem, Aldrovandro resolveu ajudar os operários no trabalho e assim selou sua sorte. Pouco tempo depois ocorreu o desmoronamento e sua morte.
Um dos inquilinos do aposentado estava presente no local observando o trabalho de resgate do corpo. O vigilante Jardelino Antônio de Campos confirmou a história da infiltração nas casas e da necessidade de se fazer algo para melhorar a situação. “Ele era muito trabalhador e quando os inquilinos reclamaram ele se dispôs a solucionar o problema”, contou. “Apesar da idade avançada, ele era muito disposto e foi essa disposição que o levou à morte”, disse um dos familiares de Aldrovandro.