Por muito pouco, detentos da delegacia de Almirante Tamandaré não iniciaram 2006 em liberdade. Na madrugada do dia primeiro, eles tentaram fugir serrando as grades da carceragem. Não obtiveram êxito devido à intervenção do plantonista, o investigador Hussein, que ouviu a movimentação estranha e solicitou auxílio à Polícia Militar. Naquele momento estavam no xadrez da delegacia 55 pessoas, sendo a capacidade estimada para no máximo 20.
Os detentos aproveitaram o intenso barulho causado pela queima dos fogos de artifício, durante a comemoração da passagem de ano, para dar início à tentativa de fuga. Assim, o som das grades sendo cortadas foi abafado. O plantonista só conseguiu escutar a movimentação dos detentos quando eles estavam no corredor da carceragem, fora das celas. Quatro detentos já tinham alcançado o corredor e tentavam serrar as janelas: Adriano da Silva Pereira, Wellington Gomes da Silva, Billy do Nascimento Androzinski e Ronaldo Andrade.
Imediatamente, o investigador acionou os policiais militares do 17.º Batalhão, por volta das 5h, que em exatamente um minuto e meio chegaram à delegacia para dar apoio. Antes da polícia chegar, Hussein conta que disparou um tiro para tentar dispersar a bagunça, e com medo, os detentos voltaram ao xadrez. Quando os policiais chegaram ao local, colocaram todos os presos no pátio da delegacia e iniciaram a revista nas celas. Duas pequenas serras foram apreendidas.
Segundo Hussein, há duas semanas, a delegacia vinha recebendo ligações anônimas denunciando a fuga.