Os 1,3 mil socioeducadores dos educandários estaduais estão em greve desde sábado, para pressionar o governo em relação a extensa pauta de reivindicações, que inclui plano de carreira, reposições de pessoal por concursos, aumento na segurança das unidades e melhores condições de trabalho. Eles acusam o governo de descaso com os educandários e as casas de regime semiaberto e dizem que os episódios de mortes e violência registrados nesses locais estão vinculados a isso.
A Secretaria da Família e Desenvolvimento Social não reconhece a greve. Em comunicado, informou que a Procuradoria Geral do Estado prepara uma ação judicial para assegurar o funcionamento das unidades. Para agravar a situação, o presidente do Sindicato dos Servidores da Socioeducação do Estado do Paraná (Sindsec-PR), Mário César Monteiro, diz que a volta ao trabalho depende exclusivamente do governo ter uma postura mais respeitosa em relação aos socieducadores.
Essenciais
“Só não paralisamos os departamentos essenciais. Desde sábado estamos aguardando o governo nos procurar”, afirma Monteiro. Segundo ele, pelo menos 10 casos de mortes de adolescentes poderiam ter sido evitados se não faltassem profissionais de saúde. Neste mês, o governo autorizou reajuste de mais de 15% na Gratificação de Atividade (Gadi) para os servidores que atuam nas unidades de socioeducação e anunciou a contratação de 411 servidores.
A Coordenação de Medidas Socioeducativas do Estado informou que “os educadores e os profissionais que atuam na área da socioeducação sabem que de acordo com o artigo 227 da Constituição Federal o atendimento ao adolescente é prioridade absoluta”. A nota também diz que os profissionais “devem ter consciência da essencialidade dos serviços prestados, bem como, das cautelas necessárias para a sua manutenção”.