Problema técnico nos telefones da Penitenciaria Central do Estado (PCE), em Piraquara, há quase três meses, está causando um grande transtorno para os familiares dos detentos. Eles precisam ir até o presídio para fazer qualquer tipo de confirmação, como saber qual é o dia de visita, diferente para cada galeria do presídio.
O maior problema é que nem sempre os familiares moram em municípios próximos. Na tarde de ontem, depois de quatro meses de tentativas por telefone, Clodoaldo dos Santos Fernandes, morador de Francisco Beltrão, no sudoeste do Estado, a 450 quilômetros de Curitiba, conseguiu fazer a carteirinha da esposa e visitar a sogra, presa há pouco mais de um ano. “Conseguimos uma lista de números de telefones, mas nenhum deles dá certo. Alguns não atende nunca, outros nem dão sinal”, contou.
Carona
Ele disse que teve que sair da sua cidade e, como não tinha dinheiro, pegou carona para poder fazer a carteirinha. “Agora vamos voltar para casa e, quando quisermos fazer uma visita, vamos ter que vir e torcer para acertar o dia ou ter que ficar por aqui até dar certo”, comentou.
A dona de casa Lázara Michellato, 70 anos, mora em Piraquara. Apesar da proximidade do presídio, ela tem que sair de casa para saber o dia que pode visitar o filho, que cumpre pena por tráfico de drogas. “Nunca é um dia certo. Às vezes eles mudam sem avisar. Às vezes, por conta de um problema interno, os presos são punidos e ficam sem visitas, sem receber as sacolas (de mantimentos, roupas e produtos de higiene). A gente sabe que eles sofrem, mas a gente sofre aqui fora também”, declarou a mulher.
Estrutura
As famílias também reclamam da falta de infraestrutura no atendimento dos visitantes. Uma pequena casinha com banheiros, do lado de fora do Complexo Penal, foi destruída. Com isto, os visitantes, além de passar “apertos”, não têm onde se abrigar em dias de chuva ou sol forte, nem onde sentar. Pessoas idosas têm que esperar na fila, com os mais jovens.
Promessa de solução
A Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos (Seju), responsável pelo Sistema Penitenciário, confirmou que o problema nos telefones da Penitenciária Central do Estado (PCE) persiste há mais de 70 dias. No entanto, o pedido de manutenção já foi feito e a expectativa é que hoje, no máximo semana que vem, o problema seja resolvido.
A Seju explicou que a manutenção demorou por conta de trâmites burocráticos. Nesse meio tempo, também houve a mudança de direção da PCE, o que atrasou um pouco mais o processo. A promessa da operadora de telefonia é que o conserto será feito em breve. Segundo a secretaria, aquela região de Piraquara, com árvores e mananciais, é propensa a raios. E foi um deles que queimou placas da central de PABX.
Números
A PCE possui outros números de telefone, no entanto, de acordo com a Seju, eles não podem ser divulgados pela grande demanda de ligações e por segurança. As famílias terão de aguardar o reparo dos números 3589-8400, 3589-8413 e 3589-8414, os únicos divulgados ao público. A boa notícia é que, junto com o reparo, mais 20 ramais vão estar disponíveis na central de PABX, para melhorar os contatos internos e com o público externo.
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