O protesto dos taxistas contra a prisão de sete colegas ocorrida na última quarta-feira – acusados de ter linchado um assaltante -previsto para acontecer ontem, no centro de Curitiba, foi cancelado na última hora. Enquanto isso, outros dois assaltos a taxistas ocorreram no Tatuquara, segundo o presidente do Sindicato dos Taxistas do Paraná, Pedro Chalus.
O presidente contou que houve aviso pelo rádio das centrais de táxi que quem participasse da carreata sofreria represálias, embora não tenha sido informado de quem vinha essa pressão. ?Resolvemos cancelar a carreata porque nosso objetivo maior, de comover a juíza a conceder liberdade aos taxistas, não adiantaria mais?, disse Chalus. Ontem à tarde, a juíza Sayonara Sedano, do Plantão Judiciário, negou seis pedidos de liberdade provisória (um dos acusados sequer teve o pedido formulado).
Na segunda-feira, os advogados de defesa devem entrar com pedido de habeas corpus para os presos. Parentes dos taxistas presos estavam revoltados. ?É uma tremenda injustiça. Meu marido nunca fez nada de errado e está arrasado com a prisão?, contou Vanessa Russi, esposa de um dos taxistas encarcerados.
Linchamento
Os taxistas foram presos na quarta-feira, depois de linchar o assaltante Eduardo Cordeiro de Lima, 19 anos. O crime aconteceu quando o motorista Rildo Tomas de Assis, 37 anos, foi abordado por Eduardo e um comparsa, na esquina das Ruas Isaac Ferreira da Cruz e David Tows, no Sítio Cercado. O taxista pediu apoio à central de rádio e em pouco tempo vários colegas surgiram para ajudá-lo. O comparsa de Eduardo conseguiu escapar.
Ao invés de detê-lo e entregá-lo à polícia, os taxistas agrediram Eduardo e quando a Polícia Militar chegou, ele já estava morto. ?Tinham que ter mantido a calma e chamado a polícia. Matar é crime e não é porque se tratava de um assaltante que o crime pode ficar impune?, ressaltou o superintendente Nelson Bastos, do 10.º DP.
Outro
Na noite anterior, o taxista Rafael Cristiano da Silva, 26, reagiu a um assalto, tomou a arma de Marcos da Silva Santos, 25, e atirou contra ele. Marcos morreu e seu comparsa conseguiu escapar. O taxista se apresentou à polícia, foi indiciado por homicídio, mas foi liberado por ter agido em legítima defesa.