Ao escutar os tiros, vindos do banco traseiro de seu táxi, o motorista Eloy Zeni, 63 anos, assustou-se e morreu de enfarte, na noite da última sexta-feira, em São Mateus do Sul. Estevão Vicente, 23, autor dos disparos – que não atingiram o taxista – acabou preso duas horas e meia depois e indiciado por porte ilegal de arma. Ele não teria gostado quando o taxista solicitou que fosse para o banco detrás, para dar lugar a outra passageira que estava embarcando.
A confusão ocorreu na Avenida Mendonça de Lima, centro de São Mateus do Sul, por volta das 22h. De acordo com José Sudário da Silva, delegado-chefe da 3.ª Subdivisão de Polícia Civil, Eloy pegou Estevão e um outro rapaz na Vila Palmeirinha. Eles desejavam seguir até o centro. Nesse percurso, o taxista recebeu o telefonema de outra cliente, que também queria uma corrida. Como os rapazes, a moça e o taxista se conheciam, e como ela estava no meio do caminho e ia para o mesmo destino, o motorista conversou com os rapazes e acertou de pegar a cliente na mesma corrida que a deles.
Na hora que a jovem ia embarcar, Eloy pediu que um dos jovens fosse ao banco detrás e desse o assento da frente para a moça. O jovem aceitou, mas ele e o amigo começaram uma grande algazarra no banco de- trás. Assim que o taxista arrancou, ouviu disparos dentro do carro. Há alguns meses, Eloy já tinha sido vítima de assalto enquanto trabalhava, e por isso ficou traumatizado. Assustado, pensando que fosse um novo roubo, o taxista começou a passar mal e entrou em estado de choque. Levado às pressas ao Hospital Doutor Paulo Fortes, no município, morreu 40 minutos depois.
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Na confusão, que ocorreu a quatro quadras da delegacia, Estevão e o amigo fugiram. Policiais imediatamente começaram diligências e prenderam Estevão aos trinta minutos de ontem. O jovem não tinha antecedentes criminais, mas já era conhecido da polícia pelos constantes problemas motivados por drogas, desde a adolescência. Estevão mora num bairro próximo ao Rio Iguaçu, dentro de onde o delegado acredita que o jovem tenha jogado a arma, possivelmente um revólver calibre 38. O detido não disse nada em seu depoimento, e prometeu só falar em juízo.
