Oito dias depois de ser baleado na cabeça por um policial militar do 13.º Batalhão, o taxista Roberto Brauhardt Júnior, 28 anos, morreu, ontem, no Hospital Nossa Senhora do Rocio, em Campo Largo. A Delegacia de Homicídios disse que o inquérito, que era conduzido como tentativa de homicídio, foi alterado e o policial já foi ouvido.
Eram por volta de 4h do domingo, 30, quando Roberto estacionou o táxi na frente de uma casa noturna, no Bairro Alto. Minutos depois, o policial se envolveu em uma confusão e efetuou um disparo, que acertou a cabeça do taxista.
Foi levantada a hipótese de o PM estar fazendo bico como segurança, mas o advogado de defesa afirmou que ele era apenas um frequentador da casa. No dia seguinte ao crime, o PM foi afastado e a pistola calibre 40 apreendida.
Risco
Segundo a delegada Vanessa Alice, da DH, a Polícia Militar vai apurar se o policial fazia bico de segurança. “O policial só aceita falar em juízo. Mesmo assim, será acusado de homicídio com dolo eventual, pois como manuseava uma arma e atirou em um local público, assumiu o risco de matar.”
O taxista Amarildo de Paula Pinto, amigo de Roberto, disse que ele era um cara muito tranquilo e que só trabalhava nos fins de semana. “O carro é do pai dele”, contou. Para Amarildo, está cada vez mais difícil trabalhar como taxista.
“Trabalho como taxista há seis anos e fui assaltado apenas uma vez, mas está ficando comum ouvir que os colegas foram vítimas de bandidos.Trabalho em uma central e evito pegar clientes na rua”, completou.