Testemunhas viram quando o táxi de Pedro encostou na Rua Úrsula Hércules Cumim. Conforme relataram, a pessoa que estava no banco de trás saiu correndo e se refugiou em uma oficina dizendo: “Não tenho nada com isso”. Ele se referia à briga entre o taxista e o outro passageiro que estava com um revólver em punho. “Ouvi dois tiros e corri para o telefone avisar a polícia”, contou uma testemunha. Depois desta briga, o carro entrou na praça, em frente à oficina. “O carro andou devagar, com a porta de trás aberta”, lembrou um jovem que viu toda a ação.
Tiros
Ao estacionar o seu Fiesta, placa AKD-4550, de frente para a Estrada do Cerne, Pedro tentou correr para salvar sua vida. Próximo do carro recebeu um tiro na perna, que marcou de sangue o local, mas mesmo assim continuou a se afastar do veículo, até que, depois de percorrer cerca de 20 metros, caiu morto. “Ouvi mais uns três tiros”, relatou outra testemunha. Após matar o trabalhador, o bandido fugiu, mas seu amigo ficou em poder de populares, que o entregaram à polícia. Para os soldados Tadeu e M. Santos, do 17.o BPM, o taxista foi vítima de uma tentativa de assalto.
Pedro não tinha muito dinheiro consigo. Segundo Paulo Kowalski, dono da empresa Servitáxi, ele havia lhe pedido cinco reais para colocar gasolina, no início da tarde. “Aviso meus empregados para pararem com o carro antes das 21h, pois depois fica muito perigoso”, disse. “Mas esse foi à tarde!”, lamentava espantado com a onda de violência. Pedro era casado e tinha filhos e netos.
Investigação
O indivíduo detido foi recolhido pela Polícia Civil, mas não ficou na delegacia local, por medo que colegas de trabalho da vítima invadissem a carceragem, com o objetivo de linchar Arnaldo. O local para onde o levaram não foi divulgado, por medida de segurança. O homem será ouvido para que identifique o seu amigo.
No ponto de táxi, Paulo teria recusado a corrida para Campo Magro, mas mudou de idéia, quando os clientes disseram que iriam até o terminal de Santa Felicidade. “Depois de lá, vou para casa”, teria comentado a um colega, que se oferecera para pegar a corrida. Um taxista que estava no ponto descreveu um dos passageiros como aparentando pouco mais de 20 anos, com 1,75 m, magro e vestido com uma jaqueta de náilon cinza. “Parecia que ele tinha outro volume no bolso da jaqueta, além da carteira. Poderia ser a arma”, relatou.