Onze pessoas foram presas hoje acusadas de integrar uma quadrilha internacional que fraudava desde 2002 o sistema de concessão de vistos para trabalho temporário nos Estados Unidos.
Os suspeitos foram presos por autoridades brasileiras e norte-americanas em São Paulo, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina. No Mato Grosso foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão e nos EUA foram feitas buscas por provas. A estimativa é que o grupo tenha arrecadado R$ 90 milhões em 7 anos.
Segundo o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, cerca de 4.500 brasileiros foram vítimas do esquema de fraude que além de fornecer o visto de trabalho falso prometia colocação no mercado de trabalho norte-americano mediante o pagamento de até US$ 15 mil.
O crime também foi detectado em países como Rússia, República Dominicana, Filipinas, Romênia e Emirados Árabes, mas a fraude nessas nações não foi alvo desta investigação.
A apuração começou em 2003 quando o setor antifraude do Consulado dos EUA em São Paulo detectou irregularidades. No ano passado, o consulado acionou o Ministério Público de São Paulo, que passou a coordenar a investigação.
No mesmo ano foi criada uma força-tarefa composta pela Secretaria de Segurança Pública do Estado (SSP), MP, Poder Judiciário, Consulado dos EUA, Receita Federal e Secretaria da Fazenda do Estado paulista para trabalhar no caso.
O trabalho conjunto das autoridades dos dois países foi possível graças ao Acordo de Assistência Judiciária em Matéria Penal (MLAT, na sigla em inglês). Este trabalho incluiu o compartilhamento de informações entre o Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco) de Guarulhos e a Promotoria de Orlando, o que permitiu atividades simultâneas nos dois países. Brasileiros que tenham sido vítimas deste esquema de fraude podem entrar em contato com o Gaeco pelo e-mail gaeco.guarulhos@mp.sp.gov.br.