Três suspeitos de participar da chacina do Barreirinha, em que seis pessoas foram mortas, vão a julgamento hoje. Quase quatro anos depois do crime, Ezequiel dos Santos, 29 anos, Mário Cesar dos Santos, 24, e Omar Lopes Nascimento, 25, sentarão no banco dos réus do Tribunal do Júri, às 9h. O crime aconteceu em 29 de janeiro de 2010, em um beco da Rua Albino Blum, e segundo o inquérito da Polícia Civil, foi resultado da briga pelo controle da venda de drogas no bairro, após a prisão de um chefe de quadrilha.
Outro envolvido, Adriano Martins Ribeiro dos Santos, 22, foi condenado em setembro a 54 anos de prisão, considerado autor dos disparos. Mário também teria atirado contra as vítimas e Omar, dado cobertura. Para a polícia, Ezequiel contratou o trio e forneceu as armas. Ubiratan Xavier Fontoura, 46, é suspeito de ser um dos mandantes e aguarda julgamento apenas por formação de quadrilha e tráfico.
Defesa
Ezequiel, preso com uma pistola calibre 40, confessou participação no crime. Entretanto, a advogada dele, Sônia Regina Santos Silveira, alegou que a confissão foi induzida. “Meu cliente não sabe ler nem escrever e assinou a confissão sem saber o conteúdo do documento. Era apenas amigo de um dos envolvidos”.
Osvaldo Calizário, advogado de Omar, alegou que não há provas da participação do cliente. “Testemunhas que o acusaram na época, não compareceram mais para depor. A polícia não levantou provas suficientes para incriminá-lo”, afirmou Osvaldo. Os advogados de Mário foram procurados pela reportagem, mas não deram resposta.
Vítimas
Na chacina foram mortos Valéria Neves da Luz, 17 anos, que estava grávida, Cristiane da Silva, 16, André Moraes, 28, Marcelo Estevam, 22, Márcia Medeiros, 26, e Anderson dos Reis, 24. As investigações indicaram que o verdadeiro alvo era Juarez de Morais, traficante rival de Ubiratan, que não estava no barraco.
Segundo a polícia, dias antes dos homicídios, Juarez teria tentado matar Ubiratan. Então, o bando de Ubiratan matou um adolescente de 17 anos, ligado à quadrilha de Juarez, e prometeu voltar para matá-lo, além de Valéria e Cristiane. André foi executado por ser irmão de Juarez. Márcia, Marcelo e Anderson, morreram por estarem no local.
Desmembramento
Os trabalhos começaram por volta das 9h40 deste terça, porém Mário não será julgado junto com os outros suspeitos. O seu processo foi desmembrado porque ele afirmou que ocorreu a troca de seu advogado sem que ele soubesse. Além disso, das 12 testemunhas convadas, uma delas não pode compararecer ao julgamento.