Com documentos e testemunhas o ex-policial militar Rogério Paschoal, 31 anos, provou que não poderia ser o autor do latrocínio (roubo com morte) de Márcio Ferreira Grochentz, 38, em 26 de dezembro do ano passado, no Jardim das Américas. Ele teve sua prisão preventiva revogada pelo Juiz Daniel Avelar, da Vara de Inquéritos Policiais.
Em entrevista exclusiva à Tribuna, Rogério diz que não sabe o porquê da acusação. ?A prisão foi decretada logo após a morte e eu só tomei conhecimento ao ver minha fotografia estampada na primeira página da Tribuna. Só então fiquei sabendo que eu era acusado de um latrocínio?, lembra o rapaz. ?Desde então, a minha vida se transformou num inferno?, acrescentou.
Provas
No mesmo dia, Rogério entrou em contato com sua advogada, Sandra Bertipaglia, e partiu em busca de provas. ?Refiz a mesma viagem que iniciei em 12 de dezembro e terminei no dia 27 do mesmo mês.? Ele retornou em quase todos os locais, onde esteve em busca de notas fiscais, registros, testemunhas e fotografias. ?No dia 26 de dezembro, quando a vítima foi assassinada, eu estava hospedado no Hotel Beira Mar, em Natal?, recorda.
Quando retornava para Curitiba, no dia seguinte, seu carro estragou em João Pessoa (PB) e ele foi atendido pela seguradora. O ex-PM só retornou para Curitiba na manhã de 28 de dezembro, quando desembarcou no aeroporto Afonso Pena.
Demissão
Rogério esclarece ainda que pediu demissão da Polícia Militar em 2003 e que não foi expulso, conforme foi divulgado. A advogada Sandra contou que, após a divulgação da prisão de seu cliente, ela procurou a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), responsável pelas investigações, para comunicar que estava havendo um equívoco e que as provas estavam sendo providenciadas. Como resposta, o delegado disse para ela apresentar o material em juízo.
Família
O ex-policial militar diz que, como a família de Márcio, ele espera que a polícia solucione o caso e prenda os verdadeiros assassinos. ?Acho que para eles o que importa é punir o culpado. Para mim é importante, porque o mesmo batalhão em que trabalhei durante 8 anos, já estava mostrando minha fotografia para as testemunhas logo após o crime?, ressaltou. Ele frisou que na descrição das testemunhas um dos criminosos tinha 1,70, cabelos raspados e forte. O outro tinha a mesma altura e era gordo. ?Eu tenho 1,85 e em dezembro tinha cabelos como mostram minhas fotos no Nordeste.?