O economista Ricardo Barollo, 32 anos, foi detido no começo da manhã de ontem, na capital paulista, com material neonazista. A prisão dele ocorreu após investigações do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope), sobre o assassinato do casal de universitários Bernardo Dayrell Pedroso, 24 anos, e Renata Waecher Ferreira, 21, no feriado de Tiradentes, durante suposta festa de neonazistas, em Quatro Barras. Apesar disso, a polícia paranaense não confirma se Ricardo tem participação no crime.
A prisão foi feita pelo Cope, com apoio do Grupo Armado de Repressão a Assaltos (Garra), da Polícia Civil paulista. O delegado Laércio Belo de Oliveira, do Garra, contou que, quinta-feira, os policiais paranaenses chegaram à capital paulista. Os mandados de busca e apreensão e de prisão contra Ricardo, foram cumpridos em seu apartamento, em Moema, bairro de classe alta.
Antissemita
Desenhos, símbolos e, principalmente, um livro, que Ricardo estaria escrevendo, sobre a criação de um “estado antissemita”, foram apreendidos no local. O detido confessou que é adepto da ideologia nazista, mas negou ter participado da festa, em Quatro Barras, e do assassinato do casal. “A polícia paranaense fez excelente trabalho, inclusive com interceptações telefônicas, que comprometem muito Ricardo”, adiantou Oliveira.
O detido seria o suspeito de ter atirado no casal, por vingança. Bernardo e Renata teriam impedido Ricardo e alguns amigos de participar da festa em Quatro Barras. Quando os universitários saíram para deixar uma amiga em casa e comprar mais cervejas, teriam sido abordados e mortos pelos “excluídos”. Apesar disso, nenhuma arma foi encontrada na casa do detido.
Viagem
Depois dos procedimentos legais, Ricardo entregue ao Cope, que o trouxe a Curitiba na noite de ontem. A Secretaria de Segurança Pública paranaense prometeu para hoje à tarde coletiva de imprensa, para explicar a operação.
Comemorações ilegais
Giselle Ulbrich
Em 20 de abril – quando ocorreu a festa em Quatro Barras – vários neonazistas comemoraram, secretamente, os 120 anos do aniversário de Adolf Hitler. Em sites de vários países, há fotos e mensagens fazendo referência ao aniversário e a comemorações. Em um deles, foi divulgada a foto do casal de universitários assassinado. Apologia ao nazismo é crime no Brasil e no mundo.
Bernardo, estudante de Direito, e sua noiva Renata, que cursava Arquitetura, teriam participado em uma dessas festas, em uma chácara de Quatro Barras. Eles saíram para comprar mais cerveja e levar uma amiga para casa. Na volta, foram assassinados, no acostamento da BR-116. Vários telefones celulares dos participantes da festa foram apreendidos e estão sob perícia.