Jackson Romário de Andrade, o “Romarinho”, 20 anos, saiu rindo da delegacia de Almirante Tamandaré em março, com alvará de soltura nas mãos, mas sua alegria terminou nesta quarata-feira (03). Quando compareceu à audiência no Fórum local para responder por porte ilegal de arma, não esperava que “a casa fosse cair”. Ele foi preso ali mesmo, por conta de dois mandados de prisão por roubo, e por ser suspeito de pelo menos oito homicídios.
Segundo o delegado Hertel Rehbein, essa é a terceira vez que prende Romarinho. A última foi em março, quando, depois de receber o alvará de soltura, teria ido embora rindo. “Era questão de honra prendê-lo e a honra foi minha mesmo, que fiz questão de ir até a sala de audiência para detê-lo”, comentou o delegado. “Ele é conhecido por praticar os crimes aqui e em Campo Magro”, afirmou. Somente neste ano, Romarinho foi reconhecido por assaltos a mercado, a restaurante, de carro e de carga de eletrônicos, que estava em uma Kombi.
Motos
“Ele era o terror de Campo Magro, onde, aos sábados, existe um pessoal que usa motos para trilha e ele, com a sua quadrilha, subtraiu diversos veículos”, informou o delegado. Romarinho responde pelo homicídio de Josmar Fitz, 24, que ocorreu no bairro Tranqueira, em novembro do ano passado, e é suspeito de mais oito assassinatos, conforme Hertel. No fim do ano passado, Romarinho e comparsas se envolveram em três confrontos com a Polícia Militar. Na época, três carros foram recuperados, mas nenhum bandido foi preso.
O suspeito tem facilidade para se esconder, de acordo com o delegado. “Ele é muito astuto e tem vários endereços”, contou Hertel. No entanto, Romarinho “desafiava” a polícia. “Em Campo Magro, ele roubou uma EcoSport vermelha e até a semana passada era visto andando com o veículo, sem nem trocar as placas”.
Vítimas
O delegado acredita que a divulgação da imagem de Romarinho pode fazer com que apareçam outras vítimas. “As pessoas têm medo de denunciá-lo, porque ele costuma se vingar. Mas com a divulgação da prisão podem aparecer mais vítimas”, comentou. O telefone da delegacia é 3657-1220.
Em entrevista à imprensa, Jackson negou todos os crimes. Ele disse ter sido preso antes somente por receptação. “Sou inocente”, garantiu. O suspeito afirmou que trabalha como servente de pedreiro, embora suas não sejam calejadas como costumam ser as desses profissionais. “Quero ver as vítimas aparecerem”, desafiou o detido.